
O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, discursa na sessão de encerramento das Jornadas Parlamentares do PS, a decorrer em Moura, no distrito de Beja, 03 de julho de 2018. NUNO VEIGA/LUSA
Nuno Veiga/Lusa
António Costa considera essencial que a atual solução de Governo prove a sua estabilidade e conclua esta legislatura para que possa continuar na próxima.
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"Porque o mundo não acaba com esta legislatura e continua desde logo com uma nova legislatura, é preciso que todos provem bem sobre esta solução nesta legislatura para que haja continuidade desta solução de Governo na próxima legislatura", sustentou, num discurso em que caracterizou o PS como "a força de equilíbrio essencial ao sucesso da atual solução governativa".
Palavras proferidas por António Costa no final das Jornadas Parlamentares do PS, que decorreram no município de Moura, distrito de Beja, junto à barragem do Alqueva, numa intervenção com muitos recados para os parceiros parlamentares que suportam o atual executivo socialista.
De acordo com o primeiro-ministro, a atual solução de Governo teve "sucesso" porque "conseguiu virar a página da austeridade com uma política alternativa, cujos resultados permitiram a manutenção de Portugal na zona euro".
"Ao princípio, a direita queria desvalorizar a atual solução política, tentando caracterizá-la de forma depreciativa com o termo 'Geringonça'. Mas aquilo que dói à direita, verdadeiramente, é que a 'Geringonça' demonstrou não só que funciona, como hoje é um garante da confiança e está no coração dos portugueses", advogou o secretário-geral do PS.
A seguir, António Costa valorizou o papel do seu próprio partido dentro da 'Geringonça', apesar de começar por dizer que, para a obtenção dos resultados alcançados, "todos os parceiros parlamentares têm sido importantes".
"Todos são importantes, mas o PS é essencial para que a 'Geringonça' exista e para que possa funcionar. Só o PS garante o equilíbrio que tem sido a chave do sucesso desta governação", defendeu o líder socialista.
"Esta governação é uma outra governação, que devolve rendimentos, que permite o crescimento da economia, que cria emprego ao mesmo tempo que consegue consolidar as contas públicas. Mas alguém em Portugal deseja ter más finanças públicas?", interrogou-se António Costa.
Sem colocar em causa a autonomia de iniciativa legislativa do Grupo Parlamentar do PS, António Costa defendeu o acordo de concertação social assinado pelo seu Governo com as confederações patronais e com a UGT.
"Defendemos o diálogo social na empresa e a negociação coletiva. E vamos sempre defender. O que não quer dizer que a legitimidade democrática do parlamento esteja condicionada, limitada ou asfixiada pela concertação social", declarou, aqui numa mensagem dirigida para parte da bancada socialista.