"Somos permanentemente insultadas, amedrontadas." Isabel Moreira considera que assédio no Parlamento é "atentado à democracia"
A deputada socialista acredita ainda que tal "é uma tentativa de condicionamento, de silenciamento" para que sobretudo as mulheres sintam "ansiedade, medo, falta de condições para falar". E critica o Chega: é "campeão das mentiras e do terror"
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Isabel Moreira classifica como "atentado à democracia" o caso de que foi alvo na última semana no Parlamento, quando o deputado do Chega Filipe Melo, na qualidade de vice-secretário na Mesa da Assembleia da República, lhe terá enviado beijos durante o debate sobre os bombeiros.
A socialista, em entrevista à CNN Portugal, afirma que "o Parlamento era outro" antes da chegada do partido liderado por André Ventura, conjunto esse que é "campeão das mentiras, do ódio, das fake news e do terror". Já ela, que é deputada há 13 anos, acredita que a sua "credibilidade fala por si".
Isabel Moreira considera igualmente que estes casos provocados pelo Chega a condicionam na qualidade de deputada, afetando os seus discursos.
Já várias vezes eu e outras mulheres no Parlamento falámos sobre este tipo de casos — este é especialmente gravoso porque vem da Mesa. Somos permanentemente assediadas, insultadas, amedrontadas, seja nos corredores, seja no plenário (...) Isso é uma tentativa de condicionamento, de silenciamento, de sentirmos ansiedade, medo, falta de condições para falar
Prossegue, explicando ainda que, caso a própria não tenha condições para falar, aquilo que quer defender — "a liberdade, a igualdade, os imigrantes" — "deixa de ser audível".
Esta foi a primeira vez que Isabel Moreira se pronunciou sobre este caso.
