A sondagem da Pitagórica para TSF-JN- TVI- CNN Portugal volta a colocar as duas maiores forças políticas numa situação de empate técnico, dentro da margem de erro. Apesar do caso das malas, o Chega segura o eleitorado. Em relação a janeiro, o PS encurta a distância para a AD e o Livre ultrapassa a CDU
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Numa sondagem que mostra um país politicamente empatado entre os dois grandes, o destaque vai para a forma distinta como os potenciais eleitores do Chega e do Bloco de Esquerda avaliaram os casos em que os dois partidos estiveram envolvidos. E a julgar pelos dados, existe um maior grau de crítica, por parte de quem diz votar no Bloco (que desce), enquanto o eleitorado do Chega mantém a intenção de voto, parecendo ser mais indiferente aos acontecimentos recentes.
Passou menos de um ano depois das últimas legislativas e pouco mudou nas intenções de voto dos inquiridos desta sondagem. AD e PS permanecem empatados dentro da margem de erro, sendo que, em relação a janeiro, o PS parece recuperar ligeiramente, mesmo que Pedro Nuno Santos esteja ainda em terreno negativo na avaliação, com 28% de notas positivas e 63% de notas negativas.
Com distribuição de indecisos, a AD fica com 33% e o PS com 27,3%, uma distância mais estreita do que no mês passado. A margem da AD vai de 28,3% a 37,7%, enquanto o PS oscila entre os 22,8% e os 31,8%.
AD leva vantagem ligeira em todos os segmentos, exceto em Lisboa e junto da classe média, mas a faixa acima de 55 anos que tem alinhado mais com o PS surge, nesta sondagem dividida entre socialistas e AD.
Em terceiro, o Chega resiste à polémica com o caso das malas alegadamente furtadas no aeroporto pelo deputado Miguel Arruda que, entretanto, passou a independente e está de baixa. Apesar da redução no grupo parlamentar, que agora tem 49 deputados, o partido até reforça ligeiramente as intenções de voto (16,8%), em relação a janeiro, embora ainda esteja abaixo da meta alcançada nas últimas eleições. O Chega é o partido que mais fixa o eleitorado desde março do ano passado. Fora dos simpatizantes do Chega, André Ventura regista uma maioria de opiniões negativas: 70% reprovam o desempenho, apenas 25% lhe dão nota positiva.
No momento em que Rui Rocha revalidou a liderança da Iniciativa Liberal, o partido reforça o quatro lugar nos 6,3% (com uma margem entre 3,9%-8,7%).
Depois, existe uma reviravolta à esquerda: agora, é o Livre quem está em quinto, com 3,7%, ultrapassando a CDU que segue em sexto com 3,4% (uma ligeira descida).
Agora, em sétimo, é o Bloco quem sai mais penalizado nesta sondagem, com uma queda para 3,1% e a perder mais de 1pp. O partido de Mariana Mortágua parece sofrer uma penalização pela forma como lidou com a questão dos alegados despedimentos de funcionárias que tinham sido mães há pouco tempo.
Finalmente o PAN regista uma ligeira subida para os 2% de intenções de voto.
Com tudo igual no topo das intenções de voto, o desempate fica por conta da avaliação positiva que Luís Montenegro recebe e que se estende ao Governo que regista 62% de notas favoráveis.
O eleitorado masculino, de classes mais altas e votantes na AD é quem melhor nota dá ao executivo. Pelo contrário, 29% (cerca de um terço) reprovam o desempenho do Governo.
Luís Montenegro mantém-se em terreno favorável com 18 pontos de saldo e merece nota positiva de cerca de um terço dos eleitores do PS, do Chega e de 70% de quem assume votar na Iniciativa Liberal.
FICHA TÉCNICA
A sondagem foi realizada pela Pitagórica para a TSF -JN e TVI, CNN Portugal, com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com a intenção de voto e avaliação política. O trabalho de campo decorreu entre os dias 21 e 26 de janeiro. Foram realizadas 612 tentativas de contacto, para alcançarmos 400 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 65,36%. As 400 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 5,0% para um nível de confiança de 95,5%. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.