Sondagem: maioria reprova estado político do país e prevê que Governo não cumpre a legislatura
Na sondagem da Aximage para TSF-JN-DN, entre os 53% que consideram inevitável a queda do Governo, a maior parte (43%) defende que as eleições devem ocorrer depois de um eventual chumbo do OE 2025. A saúde é a prioridade para o debate, seguida pela habitação
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Mais de metade dos inquiridos (56%) reprovam o atual estado político e não acreditam que o Governo chegue até ao final da legislatura (53%) e entre eles estão quatro em cada dez votantes na AD.
Entre a maioria de inquiridos que expressa descontentamento com o cenário que saiu das últimas eleições estão cerca de 50% dos eleitores da AD e do Chega e quase 70% de socialistas.
A contrastar com as boas avaliações que o Governo e o primeiro-ministro registaram nas sondagens deste mês, é muito negativa a nota que os inquiridos deste estudo atribuem ao estado político do país, com a área da Saúde a ser a mais criticada. É, aliás, o tema que os inquiridos (34%) consideram que deveria estar no centro do debate sobre o estado da nação. A saúde é a prioridade para votantes de todos os partidos com a exceção do Bloco que coloca em primeiro a habitação. Esse é um tema que preocupa sobretudo os mais jovens e quem habita nos grandes centros de Porto e Lisboa e está no segundo lugar da lista.
Na lista de temas seguem-se os salários e a produtividade (20%) e as questões como a imigração ou corrupção e inflação surgem no final da tabela com valores menos expressivos.
Entre os 53% que consideram inevitável uma queda do Governo, a maior parte (43%) defende que o melhor momento será depois de um eventual chumbo do próximo Orçamento do Estado (é neste cenário que mais apostam os votantes no PS). Outros 28% apontam para o próximo ano, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa ainda tiver o poder de dissolver o Parlamento e 22% remetem para o novo Presidente da República já com plenos poderes.
Para 40% dos inquiridos, uma eventual queda do Governo teria como principal beneficiário o PS, 27% consideram que seria o Chega que sairia a ganhar (assim responde que votou neste partido e também os liberais) e para 15% (que são sobretudo eleitores da AD) é o próprio Luís Montenegro quem teria a ganhar com eleições.
Se a saúde é o tema que os inquiridos mais querem ver debatido no Parlamento, esta manhã, é também aquele onde a avaliação é mais negativa, quase 80% dos inquiridos criticam a gestão desta área.
Na análise por setor e além da nota negativa para a saúde, registam-se outras avaliações desfavoráveis, para a economia (64% de negativas), política de imigração (63%) emprego (63%) e educação (60%). Ou seja, todas estas áreas merecem o chumbo dos inquiridos desta sondagem.
Ficha técnica
A sondagem foi realizada pela Aximage para a TSF, JN e DN com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre questões relacionados com temas políticos.
O trabalho de campo decorreu entre os 3 e 8 de julho. Foram recolhidas 801 entrevistas entre maiores de dezoito anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, com sexo, idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por sexo e escolaridade. À amostra de entrevistas, corresponde um grau de confiança de 95% com uma margem de erro de 3,5%. A responsabilidade do estudo é da Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.