Sondagem. Marcelo recupera terreno apesar das opiniões divididas sobre a dissolução

Tem sido o tempo do Presidente e, em graus diferentes, os inquiridos apoiam as decisões recentes de Marcelo Rebelo de Sousa que passaram por dois parlamentos dissolvidos (o nacional e o madeirense) e a decisão de conferir posse a um governo minoritário liderado por Luís Montenegro.

Ao Presidente já chamaram “dissolvente,” por ter avançado com a bomba atómica por três vezes, duas na República, outra na Região Autónoma da Madeira.

Questionados sobre as decisões mais recentes, existem gradações na leitura dos inquiridos, embora com saldo favorável para o Presidente.

40% consideram que Marcelo Rebelo de Sousa tomou uma boa decisão ao convocar eleições, contra a vontade de António Costa que chegou a colocar a hipótese de ser substituído à frente do executivo argumentando com a  existência de uma maioria absoluta. No entanto, outros 36% criticam a decisão do Presidente, o eleitorado socialista e da esquerda. E cerca de 20% não sabem ou não respondem.

Mais firme (58%) é o apoio à decisão do Presidente de nomear um primeiro-ministro para um governo minoritário. Entre outras possíveis soluções, com menor expressão, 17% consideram que Marcelo deveria ter insistido com Luís Montenegro para obter um acordo parlamentar com o PS, outros 13% defendem também o acordo parlamentar, mas em relação ao Chega. 12% não sabem ou não respondem.

Na agenda do Presidente esteve também a crise política madeirense. Aqui, o apoio e maioritário com 62% a concordarem com a decisão de dissolver a assembleia regional e convocar eleições antecipadas e apenas 7% em desacordo.

Em clara recuperação, descolando das avaliações negativas que registou em últimos estudos, Marcelo Rebelo de Sousa obtém nesta sondagem mais notas positivas do que reprovações.

A tendência crítica dos últimos meses inverte-se: agora 32% (mais 4 pontos percentuais) dos inquiridos avaliam de forma positiva o desempenho do Presidente da República, enquanto 25% ainda criticam a atuação de Marcelo. Tendo em conta que existe uma recuperação de 20 pontos percentuais, o saldo é positivo.

Contrariando a tendência registada ao longo de anos de maioria absoluta socialista, agora é o eleitorado da Aliança Democrática quem mais aplaude o Presidente, suplantando os eleitores do PS.

Em linha com a tradição desta sondagem, a maioria defende um Presidente mais interventivo: 62% alinham nessa tónica, 30% consideram que não.

Ficha técnica

Sondagem de opinião realizada pela Aximage para JN/DN/TSF. Universo: indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 805 entrevistas efetivas: 707 entrevistas online e 93 entrevistas telefónicas; 372 homens e 428 mulheres; 180 entre os 18 e os 34 anos, 222 entre os 35 e os 49 anos, 202 entre os 50 e os 64 anos e 196 para os 65 e mais anos; Norte 281, Centro 173, Sul e Ilhas 128, A. M. Lisboa 218. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 29 de março e 3 de abril de 2024. Taxa de resposta: 78,15%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.