Sondagem: PS desliza, AD cresce. Empate técnico entre esquerda e direita (mesmo com Chega)
A sondagem da Aximage para TSF, JN e DN regista uma recuperação da nova AD que reduz a distância para o PS. Pedro Nuno Santos ainda é referido como aquele que tem mais hipóteses de ser primeiro-ministro. O BE recupera terreno e impulsiona a ligeira vantagem que a esquerda leva sobre a direita, dentro do empate técnico.
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O trabalho de campo desta sondagem decorreu ainda antes da crise política na Madeira e também antes da apresentação do cenário macroeconómico da AD. A fotografia que sai mostra a tendência de subida da Nova Aliança Democrática que junta PSD, CDS e PPM (27,4 %) face à quebra do PS que ainda lidera com 32,4%, mas perde 1,4 pontos percentuais face ao mês passado.
Se em dezembro, 9 pontos separavam as duas forças políticas, agora a margem emagrece para 5,3 pontos.
Quando se pergunta quem tem mais hipóteses de ser o próximo primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos, mesmo descendo, em relação ao mês passado, ainda leva dianteira para 51% dos inquiridos. Mas também aqui fica registada a tendência de subida de Luís Montenegro que recolhe agora 29% de respostas.
Numa sondagem em que os restantes partidos surgem estabilizados, como o Chega que, em terceiro lugar, perde umas décimas para os 16,2%, a novidade é a subida de quase dois pontos do Bloco de Esquerda que, agora, nos 8% e reforça o quarto lugar em relação à Iniciativa Liberal.
O partido de Rui Rocha está em quinto com 4,1%, segue-se o PAN que desce para os 2,9% e a CDU regista 2,6%. Finalmente o Livre mantém 1,9% de intenções de voto.
Instabilidade é ainda a palavra escolhida por metade dos inquiridos para qualificar o dia seguinte às eleições, apenas 37% acreditam num clima de estabilidade política (e são sobretudo eleitores do PS).
A hipótese de uma maioria absoluta parece uma miragem, a julgar pelas opiniões desta sondagem: 70% não acreditam que PS ou PSD possam lá chegar.
Quando questionados sobre a melhor solução de governo, ganham as coligações, seja à direita (26%), seja à esquerda (25%). Ora, olhando para estas intenções de voto, a soma das intenções de voto do PS, BE, PAN, CDU e Livre, partidos que já formaram entendimentos parlamentares, alcança os 48,1, sendo superior aos 47,8% que representaria todo o conjunto da AD, IL e Chega. Sem o partido de André Ventura, AD e IL somam 31,6%. Já PS e Bloco rondam os 40%.
Mais de metade dos inquiridos (52%) mantém o chumbo à participação do Chega num governo de direita, cerca de 30%, pelo contrário, dão nota positiva.
Ficha técnica:
Sondagem de opinião realizada pela Aximage para DN/JN/TSF. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região. A amostra teve 802 entrevistas efetivas: 675 entrevistas online e 127 entrevistas telefónicas; 389 homens e 413 mulheres; 172 entre os 18 e os 34 anos, 199 entre os 35 e os 49 anos, 206 entre os 50 e os 64 anos e 225 para os 65 e mais anos; Norte 257, Centro 165, Sul e Ilhas 142, A. M. Lisboa 238. Técnica: aplicação online (CAWI) de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para pessoas com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas (CATI) do mesmo questionário ao subuniverso utilizado pela Aximage, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 18 e 23 de novembro de 2023. Taxa de resposta: 71,75%. O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.