Ao lado do homólogo checo, o chefe de Estado português elogiou o progresso de diversos setores da economia portuguesa e, depois de assinado o acordo de cooperação, pediu "confiança e esperança".
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Marcelo Rebelo de Sousa voltou esta quinta-feira a definir-se como um "otimista realista", defendendo, perante o chefe de Estado checo, Milos Zeman, que, apesar dos "muitos desafios" que se colocam à Europa e ao mundo, existem boas razões para que o caminho não seja negro para Portugal e para a República Checa.
Sublinhando os progressos feitos, dentro de portas, em áreas como o digital, a tecnologia, a indústria, os serviços ou conhecimento, o presidente da República pediu ao homólogo que, tal como o chefe de Estado português, acredite e tenha esperança no futuro da União Europeia e dos dois países.
"Claro que existe competição, mas nós podemos cooperar. Portanto, confiança por um lado, cooperação por outro. E, esperança", disse Marcelo Rebelo de Sousa, em Lisboa, durante a assinatura do protocolo para a criação do Conselho Económico e Comercial entre a Confederação da Indústria da República Checa (SPCR) e a Associação Industrial Portuguesa (AIP).
Durante a intervenção, o presidente da República não poupou elogios à República Checa e à forma como Praga tem sabido crescer e fazer-se ouvir na União Europeia, afirmando: "Vocês são confiáveis como país e povo e nós também. Melhoraram muito dentro da União Europeia, tal como nós".
Reconhecendo os desafios e os obstáculos para os quais os dois países devem estar preparados, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a salientar que é um chefe de Estado "otimista", mas também "realista".
"Você [Milos Zeman, presidente da República Checa] diz que é pessimista. Eu digo que você é realista. Eu sou também um realista otimista. O que quero dizer com isso é que sei exatamente quais são os desafios, que são muitos em todo o mundo e na Europa", disse.
Marcelo Rebelo de Sousa dá como exemplos das dificuldades que se colocam perante a politica europeia os problemas da união económica e bancária, as questões de fronteiras e segurança, mas também o 'Brexit'. Uma situação com a qual todos perdem, sublinha o presidente checo.
"O 'Brexit' é um bom exemplo de uma situação na qual todos perdem, e nós temos de ser justos, se desapontarmos os nossos parceiros, perdemos. Podemos ter sucesso a curto prazo, mas não a longo prazo", afirmou Milos Zeman.
Na cerimónia em que foi assinado o memorando para aprofundar oportunidades de negócio e de investimento entre os dois países, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou ainda que no próximo ano, haverá visita do chefe de Estado português à República Checa.