Ministro da Defesa deixa o governo numa altura em que tem sido alvo de "acusações" e com o intuito de proteger as Forças Armadas.
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Azeredo Lopes desmente "categoricamente qualquer conhecimento, direto ou indireto sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto, numa espécie de contrato de impunidade", referindo-se às acusações em relação ao furto de armas em Tancos, no mês de junho de 2017.
Na carta de demissão enviada ao primeiro-ministro, revelada pelo Observador , Azeredo Lopes recorda que tem sido alvo de "acusações (...) a propósito de informação de que disporia a respeito da forma como foi 'achada' ou 'recuperada' parte significativa do material militar furtado em Tancos em finais de junho do ano transato".
Tendo em conta as "convicções muito fortes sobre a importância fundamental das Forças Armadas", o ministro resolveu abandonar o governo para não contribuir para que "as Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao Ministro que as tutela em virtude da acusação acima referida".
"Pareceu-me porém que, estando a ser ultimado o processo de elaboração da proposta de Orçamento de Estado, que amanhã se conclui em Conselho de Ministros, era meu dever grave não o perturbar com a minha saída do Governo", referiu.
O ministro demissionário assegura que sai de "consciência tranquila e com a serenidade de quem deu o seu melhor nas funções que exerce" e também com a "vívida noção do orgulho" de ter podido participar no Governo, ao serviço do país e dos concidadãos.
Apesar da saída, Azeredo Lopes recorda que António Costa nunca pôs a sua honorabilidade em causa.
(Notícia atualizada às 19h40)