No Parlamento, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, adiantou que "em junho, julho" a investigação estará "numa fase praticamente final". Judiciária Militar acusada de criar "obstáculos".
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"Procuramos ter uma acusação bastante sólida e completamente relevante relativamente aos intervenientes e também ao comportamento de cada um", a garantia foi deixada na comissão parlamentar de inquérito ao caso de Tancos pelo responsável máximo pela Polícia Judiciária (PJ).
Luís Neves espera ter resultados no verão: "Eu falei com quem está à frente da investigação para poder transmitir a informação", disse o diretor nacional da PJ, considerando que "face a tudo o que aconteceu e não devia ter acontecido" não seria possível conduzir esta investigação "em apenas seis meses".
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No relato do diretor nacional da PJ houve denúncias de "boicote", de "obstáculos" por parte da Polícia Judiciária Militar (PJM), com os agentes da Judiciária a serem "barrados" quando tentaram aceder aos material entretanto recuperado; e a investigação da PJ a ser "destruída e esventrada" com fugas de informação para a comunicação social.
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"O fator surpresa ficou irremediavelmente perdido", disse Luís Neves que confirmou que a recuperação pela PJ Militar, de parte do material militar furtado nos paióis de Tancos foi "uma encenação".
"Houve uma encenação que, no decurso da investigação, foi desmontada", disse referindo ainda que "o que mais adensou as suspeitas" foi o facto de ter havido um comunicado da PJM a referir "o achamento" como fruto de "uma investigação" quando no início se tinha falado num "telefonema anónimo".
"Nunca tinha visto uma coisa destas, foi de facto absolutamente inédito o que ocorreu", disse aos deputados Luís Neves, adiantando que, dado o passado de cooperação "franca e leal" entre as duas forças, "não era expectável que uma situação destas pudesse ter acontecido".
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Sobre a denúncia que chegou a PJ, meses antes do furto de Tancos, Luís Neves esclareceu que "não se tratou de nenhuma denúncia anónima escrita".
"Foi uma fonte humana que se recusou a ser identificada. A informação não era muito rica em elementos mas permitia iniciar uma investigação", disse, ressalvando que não houve autorização judicial para prosseguir.
O responsável pela PJ adiantou, no entanto, que a PJM foi informada sobre essa denúncia: "A conclusão que se chega é que o senhor Major Pinto da Costa não ter dado credibilidade à informação ou não terá transmitido a informação."