O líder do PSD devolve a questão ao Executivo e nega que o partido esteja envolvido no "falso relatório" das "secretas" sobre Tancos, afirmando que, se é isso que o Governo sugere, é "ridículo".
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Pedro Passos Coelho desafiou esta segunda-feira o ministro da Defesa a esclarecer as afirmações de que o documento noticiado pelo Expresso seria fabricado e teria objetivos políticos, considerando "desastrada e desastrosa" toda a gestão deste caso.
No final de uma visita de campanha à Associação Cultural e Recreativa de Fornelo, em Fafe, o líder social-democrata foi questionado sobre as declarações de Azeredo Lopes, em que o ministro admite que o noticiado relatório dos serviços de informações militares sobre o furto de armamento da base de Tancos tenha sido fabricado e que possam existir "objetivos políticos" na sua divulgação.
"Quando se diz que alguma coisa é fabricada e tem propósitos políticos, a primeira interpretação é que alguém, maldosamente no espaço político, está a querer criar embaraços políticos ao Governo, não vejo quem possa ser, mas cabe ao ministro esclarecer", disse.
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Questionado se as palavras do ministro procuram imputar alguma responsabilidade ao PSD, Passos Coelho escusou-se a fazer essa leitura e respondeu: "Se o Governo está a querer responsabilizar o PSD, isso será não só ridículo, mas a completa falta de senso político nesta matéria."
"Nós não fazemos insinuações ou sugestões, há responsabilidade do Governo que não está a ser tomada. O Governo tem sido desastroso e desastrado a gerir esta matéria", acusou Passos Coelho.
O ministro da Defesa disse, no último domingo, que era "muito peculiar" como "o PSD parecia conhecer este documento falsamente apresentado como sendo das 'secretas'" e não excluiu que existissem objetivos políticos na sua divulgação.
O líder do PSD acusou ainda o ministro da Defesa de não oferecer esclarecimentos cabais sobre o que se passou em Tancos, há mais de dois meses.