TAP “é uma mochila” que Pedro Nuno “carrega”, mas critica “dualismo” da direita

Pedro Nuno Santos sutenta ainda que Luís Montenegro "não tem forma de governar" e a estabilidade só é possível "com uma grande vitória do PS".
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No debate com Rui Rocha, Pedro Nuno Santos foi acusado de “incompetência” pelo adversário partidário. Não teve tempo para responder, mas o socialista aproveita agora uma iniciativa com a Confederação do Turismo: admite que a TAP “é uma mochila que carregará para o resto da vida”, mas “nem tudo correu mal”. O tom é pela defesa do legado político.
Em plena campanha eleitoral, o principal adversário dos partidos à direita é Pedro Nuno Santos. E a primeira arma de arremesso é o processo que levou à nacionalização e reestruturação da TAP, quando o agora líder socialista era ministro das Infraestruturas e da Habitação.
“A TAP foi um processo difícil e é uma mochila que carrego e carregarei para o resto da minha vida”, admite Pedro Nuno Santos. O trabalho na companhia aérea “teve erros e falhas”, como a indemnização a Alexandra Reis, mas o secretário-geral do PS lamenta que exista “incoerência e dualismo”.
Há quem passe “uma esponja pelo que correu bem”, numa indireta aos restantes líderes partidários, e esquecem-se que o PS “pegou numa empresa que estava no chão, que estava falida” e agora “dá dinheiro”.
A TAP não foi a única companhia aérea que recebeu apoio do Estado depois da pandemia, também a SATA, empresa da Região Autónoma dos Açores, foi intervencionada em 144,5 milhões de euros, o que representa, de acordo com as contas do PS, “10% do PIB dos Açores”.
“Nunca ouvi críticas nem ninguém queixar-se” sobre a gestão da SATA, diz Pedro Nuno Santos, lembrando que o apoio foi aprovado pelo Governo de direita do PSD/CDS/PPM suportado pela Iniciativa Liberal e pelo Chega.
A SATA ainda não deu lucro, ao contrário da TAP que “dá lucro desde 2022”: “A diferença é que aqui somos nós e nos Açores é a direita toda junta”.
Novo aeroporto? “Não vou perder nem mais um segundo”
Já sobre o novo aeroporto, que continua sem localização aprovada, Pedro Nuno Santos garante que “não vai perder nem mais um segundo”, depois de “uma primeira tentativa frustrada”, numa referência ao despacho que foi revogado por António Costa, numa das principais polémicas do Governo de maioria absoluta.
Depois da TAP, a segunda arma de arremesso da oposição a Pedro Nuno Santos é a CP, que “também dá lucro”, e o trabalho do Executivo socialista “não é só conversa” ou “invenção”.
“Está em obra, neste momento, a linha da Beira Alta, o corredor Sul entre Évora e Elvas, a linha do Oeste, a linha do Algarve, a linha de Cascais, a linha do Norte. Estão em obra. Não é invenção, não é conversa, não é no papel”, atira.
Montenegro “não tem forma de governar”
O guião de Pedro Nuno Santos é pela defesa do seu trabalho enquanto governante, depois das acusações dos adversários, e numa altura em que os portugueses se deparam com cenários de instabilidade política.
Para o líder socialista, a estabilidade política só é possível se “o PS tiver uma grande vitória” e “o Governo será mais estável quanto mais força tiver ao PS”. Quanto a Montenegro, “diz que não governa se ficar em segundo e não governa com o Chega”. “Sejamos sério, não tem forma de governar”, acrescenta Pedro Nuno Santos.
Quanto à geringonça de esquerda, formada em 2015, Pedro Nuno Santos lembra que o país cresceu durante esses anos, e “há medos que não se confirmaram”, mas o partido “não está nesse ponto”. A estratégia “é para uma grande vitória”.