Temido recusa dar troco a Bugalho, mas nota que “oposição não precisa de ajuda” para "detonação"
A socialista visa apenas, de forma direta, o Governo de Luís Montenegro. “Não vou responder a um candidato, tenho de responder aos eleitores e aos portugueses”
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Marta Temido recusa responder às acusações de Sebastião Bugalho, que lembrou como a antiga ministra da Saúde deixou o Governo, mas a socialista nota que o adversário não parece precisar de ajuda para uma “detonação”. A caravana socialista estava no parque mineiro de Aljustrel e Marta Temido voltou a avisar que os portugueses não se podem deixar enganar a 9 de junho.
A antiga governante desceu 30 metros abaixo do solo, e detonou uma “bomba”. Quem sabe, para abrir caminho rumo a Bruxelas ou detonar a oposição. Marta Temido respondeu com uma sublime crítica política.
“Detonar a oposição? Quase que diria que a oposição não precisa de ajuda”, atirou, afirmando que o objetivo do PS “é construir”, tal como fazem os mineiros. Sebastião Bugalho acusou Marta Temido de irresponsabilidade, disse até que os portugueses não esquecem como a antiga ministra deixou o ministério da Saúde.
As palavras do candidato da Aliança Democrática não recebem réplica de Marta Temido, pelo menos, de forma direita, que quer apenas concentrar-se na discussão política. A candidata nota que, apesar do “pouco treino”, com ela não contam “para continuar nessa linha”.
“Não vou responder a um candidato, tenho de responder aos eleitores e aos portugueses. Conhecem-me e vão-me conhecendo cada vez melhor. É isso que importa sublinhar”, disse, apesar da insistência dos jornalistas.
O tom altera-se, no entanto, se o alvo for o Governo de Luís Montenegro, com Marta Temido a reforçar o apelo para que, a 9 de junho, os portugueses não se deixem enganar, tal como nas legislativas quando a vitória caiu para a AD.
“Há muitos aspetos da atuação do Governo, como o tema do IRS, que mostra um padrão de atuação. Temos de ter a lucidez suficiente para perceber o que pode significar para outros casos”, acrescentou.
Confrontada também com as buscas no Parlamento Europeu, Marta Temido mostra-se “preocupada e estupefacta” e alerta que “este não é o filme”. As autoridades realizaram buscas em Bruxelas e Estrasburgo por alegada interferência russa nas próximas eleições.
Uma realidade à qual Marta Temido não foge, só se recusa a responder às acusações de Sebastião Bugalho.