"Temos que lá estar." Chega só aceita acordo com Bolieiro se tiver lugar no governo dos Açores
José Pacheco considera que se os açorianos decidiram eleger cinco deputados do Chega e não dar maioria absoluta à AD mostra que os partisos têm de se " entender".
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A decisão do PS/Açores de votar contra o Programa do Governo da coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu no domingo as eleições regionais sem maioria absoluta, coloca novamente em cima da mesa a possibilidade de José Manuel Bolieiro negociar com o Chega.
Questionado pela TSF, o líder do Chega nos Açores, José Pacheco, coloca apenas uma condição: só aceita um acordo com a AD se tiver assento no governo.
“O povo foi muito claro: não deu maioria à coligação, deu cinco deputados ao Chega e disse precisamente que tínhamos que nos entender quanto a isto. O Chega disse ‘temos que ir para o governo porque não vamos permitir que os senhores governem sozinhos como governaram até agora, fazendo o que bem entendem e usando o Chega como muleta’, isso não vamos aceitar.”
“Temos que lá estar e fiscalizar a ação do governo, e participar, e ser positivos e construir. Foi isso que o povo açoriano disse”, caso contrário a AD teria alcançado a maioria absoluta, argumenta José Pacheco.
Para o líder do Chega Açores, um acordo parlamentar sem lugar no governo está completamente “fora de hipótese”, até porque “já aconteceu e resultou muito mal”, reforça.
José Pacheco recusa, por outro lado, a ideia de que o seu partido seja causador de instabilidade.
“A instabilidade não depende do Chega. O Chega está disponível para conversar e ter um diálogo democrático, não há qualquer instabilidade. Instabilidade será sempre da parte de quem fechar o diálogo."
“José Manuel Bolieiro está a fazer tentar forçar eleições antecipadas, ser um foco de instabilidade e causar o caos nos Açores. Aliás, já não é a primeira vez. Já o fizeram há pouco tempo”, considera. “Para nós, não nenhuma novidade, mas querer pôr a culpa, ou a responsabilidade, em cima do Chega não é aceitável.”
