Falar de touradas como questão de civilização "foi um erro", defende Pedro Adão e Silva. Este já é "um problema para o Governo".
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Pedro Adão e Silva considera que a ministra da Cultura, cometeu "um erro e uma imprudência" ao condenar a tauromaquia por uma questão "civilizacional. A partir do momento em que "cria turbulência política", diz, Graça Fonseca fica fragilizada.
Em declarações no Fórum TSF , conduzido por Manuel Acácio, o comentador nota que esta primeira declaração "tinha tudo para evoluir mal".
"Estamos a brincar com as palavras com alguma superficialidade", condenou. "Se é uma questão civilizacional, passamos a ter uma questão de uma natureza diferente".
Passa a tratar-se de uma questão que não pode ter variações consoante muda o ministro, nem combatida com recurso à fiscalidade, defende. "Tudo isto é absurdo".
Para o comentador de politica nacional da TSF foi criado o "contexto propicio para uma demonstração de autonomia" que pode motivar a divisões no seio do Partido Socialista e, consequentemente, tornou-se "um problema para o Governo".
As diferentes opiniões que têm vindo a público são um "sinal de tensão" e não "um sinal positivo, de pluralidade", nota Pedro Adão e Silva. Haverá "consequências políticas".
Além disso, por tradição, "o Partido Socialista deve ter uma postura tolerante e aberta em relação aos comportamentos de todos, mesmo os que tem dificuldade em compreender".
Pelo contrário, com as declarações de Graça Fonseca, as "pessoas sentiram-se violentadas na sua identidade".
A ministra da Cultura pode ter ganhado popularidade em alguns setores, mas a sua posição de força tem um "efeito negativo para o Partido Socialista", considera.
O PS vai apresentar uma proposta de alteração ao Orçamento para incluir a tauromaquia no conjunto de espetáculos culturais que terão uma redução do IVA de 13% para 6%, tendo os deputados socialistas liberdade de voto.
António Costa manifestou-se "surpreendido" com a proposta, frisando que, se fosse deputado, votaria contra. Também a ministra da Cultura disse que mantém a sua posição de recusa em relação à descida da taxa do IVA a aplicar às touradas.