Tribunal de Contas tem nova presidente: Marcelo alerta para “acréscimo de exigências” com PRR
Filipa Urbano Calvão é a primeira mulher a liderar o Tribunal de Contas, sucedendo a José Tavares. Promete exercer as funções com “independência”, mas com um “diálogo aberto” com a sociedade
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Numa cerimónia curta, de apenas sete minutos, o Presidente da República destaca o “percurso de qualidades intelectuais” de Filipa Urbano Calvão, a nova presidente do Tribunal de Contas, que assume um lugar com uma “notável linhagem de antecessores”. Marcelo alerta, no entanto, para o “acréscimo de exigências suscitado pelo PRR”.
Filipa Urbano Calvão é a primeira mulher a liderar o Tribunal de Contas, sucede a José Tavares, muito elogiado pelo Presidente da República. Na sala dos embaixadores, tomou a palavra, em primeiro lugar, Marcelo Rebelo de Sousa, que espera que a nova presidente “corresponda ou supere as expetativas”.
"Conhece o vulto das tarefas mais imediatas, quer na vertente do controlo global e sistemático da responsabilidade financeira e sua eventual conexão à corrupção, tal como conhece o acréscimo de exigências suscitado pelo PRR e pelo Portugal 2030, desafios de primazia máxima para todos nós. Desejo-lhe as maiores venturas nas novas funções, ou seja, que elas possam corresponder, ou mesmo superar, as expetativas agora formuladas e ombrear com a obra dos ilustres antecessores", sublinha.
Filipa Urbano Calvão entra agora “numa casa de grande prestígio” que será sempre sinónimo de “casa” para o antecessor José Tavares. Promete exercer as funções com “independência”, mas com um “diálogo aberto” com a sociedade.
"A boa execução da missão do Tribunal de Contas depende também do diálogo aberto com os demais órgãos do Estado, bem como com a sociedade e, dentro desta, especialmente com a Academia, que é de resto o meu contexto originário, o que procurarei promover. Comprometo-me assim, em conjunto com todos, a dar continuidade ao bom desempenho das funções do Tribunal de Contas e a procurar melhorar onde houver espaço para evolução, de modo a responder aos desafios que hoje se colocam à jurisdição financeira e à auditoria pública em prol do país e dos nossos cidadãos", assinala.