"Tudo aquilo que é PRR pode ser perdido." Moedas apela ao PS para que "não faça cair Governo"
O autarca de Lisboa apela à "responsabilidade" da classe política e para terça-feira, dia do debate e votação da moção de confiança ao Governo liderado por Luís Montenegro, pede "calma"
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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, apelou este sábado ao PS para que "não faça cair o Governo", argumentando que existem obras que podem não avançar num cenário de eleições antecipadas.
Em declarações aos jornalistas, o autarca começa por lembrar que Lisboa tem assinaturas de contratos no valor de "mais de cem milhões de euros" para habitação para os lisboetas: "Se o Governo cair, são cem milhões de euros em habitação que se perdem."
Carlos Moedas alerta que "tudo aquilo" que diz respeito ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) pode "ser perdido" neste momento. Preocupado com a crise política, deixa então um apelo aos partidos, em especial ao PS.
"Eu faço um apelo a todos, em particular ao PS: é muito importante que neste momento não se faça cair o Governo. O Governo não pode cair. Precisamos de um Governo em funções", insiste.
O líder da câmara de Lisboa destaca igualmente que este é "o último ano de mandato" para os autarcas, que têm pela frente "muitas obras" importantes. Garante, ainda, que "isto não é uma questão de partidos", antes "é uma questão de pessoas".
Os portugueses não querem eleições. Ninguém no país quer ir a eleições", assegura, ao mesmo tempo que pede "responsabilidade" à classe política numa altura em que é "crucial" aproveitar "dinheiros europeus".
Para terça-feira, dia em que está marcado o debate e votação da moção de confiança ao Governo liderado por Luís Montenegro, Moedas pede "calma" e lamenta que o primeiro-ministro tenha sido "empurrado" a apresentar esta medida.
"Os lisboetas não querem eleições porque a cidade tem de continuar a funcionar. É um ano crucial para as autarquias e não podemos mais uma vez estar a parar o país. É importante que a classe política perceba isso", nota.