"Última oportunidade." Leitão Amaro contraria Castro Almeida e atira responsabilidades para PS e Chega
O ministro da Presidência refere que a "moção de confiança é a última oportunidade para uma clarificação das condições de governabilidade" e sublinha que "só há eleições se existir um voto do PS e do Chega para haver eleições"
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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, referiu, esta sexta-feira, que a moção de confiança no Parlamento é a "última oportunidade" para evitar eleições, afastando a ideia de que o Governo possa retirar esse instrumento se o PS recuar na comissão de inquérito.
No final da conferência de imprensa do Conselho de Ministros, Leitão Amaro foi questionado sobre as declarações do ministro Adjunto, Castro Almeida, ao Observador, em que admitiu, horas antes, que o Governo poderia retirar a moção de confiança, caso o PS se mostrasse satisfeito com os esclarecimentos dados pelo primeiro-ministro e retirasse a proposta de comissão parlamentar de inquérito (CPI).
Leitão Amaro defendeu que Castro Almeida fez "uma soma de condições aditivas", sendo a principal que "tem de haver uma clarificação das definições das condições de governabilidade". "A moção de confiança é a última oportunidade para uma clarificação das condições de governabilidade", reforçou o ministro da Presidência, atirando responsabilidades para o PS e o Chega: "Este é o momento das oposições falarem."
"O PS quer continuar um clima de suspeição, de erosão lenta das condições de governabilidade, o PS não alterou a sua posição e há uma última oportunidade para o PS ser claro: só há eleições se existir um voto do PS e do Chega para haver eleições", atirou, frisando: "Os portugueses querem tanto eleições como o Governo, os portugueses estão à espera de ver o que o PS e o Chega fazem."
Leitão Amaro sublinhou ainda que "o tema essencial não é e nunca foi a CPI". "O que está em causa é se a oposição, que é maioritária face ao Governo, confia que há condições de governabilidade ou não", disse, acrescentando: "O clima de suspeição ultrapassa e é independente da Comissão Parlamentar de Inquérito."
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já admitiu a realização eleições antecipadas em maio, após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado uma moção de confiança que tem chumbo anunciado dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.
A moção de confiança foi aprovada, na quinta-feira, em Conselho de Ministros, e vai ser debatida e votada na Assembleia da República na próxima terça-feira.
