"Um antigo ministro tem a obrigação política de responder perante o Parlamento"
O Bloco de Esquerda defende que não há justificação para a recusa de Manuel Pinho em explicar-se à Assembleia da República. De acordo com a SIC, o antigo ministro deve ir à Comissão Parlamentar de Inquérito, mas vai ficar em silêncio.
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O Bloco de Esquerda considera que o silêncio de um dos principais responsáveis políticos "condiciona gravemente" o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito que vai ser pedida.
O pedido para a constituição desta comissão de inquérito às rendas da energia vai ser formalizado esta quarta-feira. O Bloco quer ouvir todos os responsáveis políticos pela criação dos contratos que visam compensar a EDP pela perda de receita pelo facto de não vender energia em condições de mercado.
Um desses responsáveis é Manuel Pinho. A SIC avançava na terça-feira que o antigo ministro da Economia deverá manter o silêncio na comissão parlamentar de inquérito se antes não for ouvido pela Justiça no âmbito do processo que investiga ajudas concedidas à EDP em que é arguido.
O deputado do Bloco de Esquerda, Jorge Costa, considera que o silêncio de Manuel Pinho vai condicionar o trabalho desta comissão e defende que "um antigo ministro tem a obrigação política de responder perante o Assembleia da República pelos seus atos passados. Não é por não ser hoje ministro que essa obrigação diminui".
"Não há qualquer espécie de justificação que se possa apresentar para essa recusa", explica Jorge Costa.
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Manuel Pinho é apenas um dos nomes que o Bloco quer ver no Parlamento. A lista final de antigos responsáveis políticos que intervieram na criação das chamadas rendas de energia ainda não está fechada, mas vai até ao Governo de Durão Barroso.