Pedro Duarte considera que os 35 votos do novo líder parlamentar do PSD traduzem "uma sucessão de erros" da nova liderança. António Filipe fala em "desconformidade" entre novo e velho PSD.
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"Fernando Negrão deve ter a humildade para reconhecer que houve um cartão amarelo e que tem um caminho a percorrer para convencer e persuadir os colegas de bancada de que ele é o melhor líder", defende Pedro Duarte no programa Política Pura da TSF. O social-democrata espera que a nova direção de Rui Rio tenha aprendido com este "banho de humildade".
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Na leitura do social-democrata, que "pessoalmente não conseguiria exercer funções" nestas circunstâncias, a explicação de Fernando Negrão sobre os votos brancos serem "um benefício de dúvida" mostra que ele "está a provar ser um político hábil", mas "mais valia assumir com frontalidade que foi claramente um cartão amarelo e a partir daí começar a trabalhar para inverter a atual situação".
Para Pedro Duarte, o resultado de hoje traduziu "uma sucessão de erros" da nova direção do PSD. "Houve um problema de processo na forma como foi imposto o líder parlamentar aos deputados, não é dignificante nem valoriza a ética política a forma como foi tratado o líder, não tendo sido chamado no congresso, nem convocado para uma reunião interna onde devia estar", enumera o social-democrata.
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Na leitura do deputado do PCP António Filipe, outro dos participantes no programa Política Pura, este resultado de Fernando Negrão resulta do desagrado pela tentativa da nova liderança de Rui Rio de descolar do anterior PSD. "Creio que aquilo que se está a ver no PSD é uma certa desconformidade entre um discurso de campanha do atual líder, muito virado para as legislativas e para o corte com aquilo que foi o PSD nos últimos anos", diz António Filipe.
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A forma como a nova direção está a protagonizar esse corte "fazendo-o até de forma suscetível a magoar quem deu o corpo ao manifesto" nos anos anteriores, "criou objetivamente uma situação de tensão em relação ao grupo parlamentar que foi eleito nas últimas eleições", considera o deputado do PCP.
"Isto tudo se reflete nesta votação de Fernando Negrão, que é uma situação muito fraca, e é de facto uma fragilidade para aumentar liderança parlamentar."