O presidente da Câmara Municipal de Gaia considera que a ministra da Saúde podia ter feito mais para evitar a greve dos enfermeiros. E pede ao primeiro-ministro que intervenha.
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Uma greve que podia ter sido evitada. A convicção é do socialista Eduardo Vítor Rodrigues, que gostava de ter visto em Marta Temido uma postura "mais assertiva" neste processo.
Convidado do programa Bloco Central , da TSF, desta semana, o autarca ministra devia ter dado "uma prova de vida mais acentuada do que deu." Até porque, lembra, Marta Temido acabou de chegar ao cargo e não sofre do desgaste que Adalberto Campos Fernandes sofria, na fase final.
Eduardo Vítor Rodrigues diz que não consegue "explicar" o que se está a passar, mas arrisca dizer que pode, eventualmente, tratar-se de "algum desprendimento" ou "um misto de desprendimento com arrogância." Para o presidente da câmara de Gaia, uma coisa é certa: "Tinha que haver aqui um papel ativo."
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Perante isto, Eduardo Vítor Rodrigues diz que "se não houve um papel ativo da ministra, isto tinha que ser assumido pelo primeiro-ministro" que, no entender do autarca "tinha que travar este processo." O socialista pede a António Costa que se envolva "mais diretamente" e dê "mais margem de intervenção à ministra" para acabar com esta greve.
O Governo podia fazer mais. Mas devia?
A pergunta encontra resposta em Pedro Adão e Silva. No Bloco Central desta semana, o comentador da TSF lembra que "uma parte significativa das reivindicações do enfermeiros já foi respondida" e que grande parte das greves a que o país tem assistido nas últimas semanas, resultam de uma "competição entre novos e velhos protagonistas do movimento sindical."
Nesse sentido, Pedro Adão e Silva considera que a manifestação dos enfermeiros é o reflexo de uma "recomposição do movimento sindical em Portugal", acrescentando que "toda a gente sabe que a bastonária da Ordem dos Enfermeiros é militante do PSD".
O comentador da TSF reconhece que "as greves para serem eficazes têm que prejudicar as pessoas" mas diz ver "com muita dificuldade, cirurgias a crianças marcadas para as férias escolares que não se verificam".
Já Pedro Marques Lopes, encontra na atual greve dos enfermeiros "contornos estranhos" e considera que esta é, na verdade, "uma greve como as outras".