"Um presidente ausente": Menezes e Chega faltam ao debate de Gaia. Transportes entre as prioridades políticas
Os transportes e a habitação marcam o debate autárquico em Vila Nova de Gaia, onde a maioria absoluta conseguida pelo PS em 2021 surge, nas sondagens, ameaçada pelo regresso de Luis Filipe Menezes. O candidato da coligação PSD/CDS/IL, e António Barbosa, do Chega, deixaram as cadeiras vazias no debate TSF/JN
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Perante a ausência de Luís Filipe Menezes, PS, CDU Livre e Bloco de Esquerda já adivinham um “presidente ausente”. O socialista João Paulo Correia, que tenta contrariar as sondagens e manter Gaia sob gestão socialista, começou ao ataque considerando a cadeira vazia “uma falta de respeito para com o próprio município, o próprio concelho”.
“Luís Filipe Menezes está a mostrar na campanha aquilo que seria, se fosse de novo presidente de câmara, ou seja, um candidato ausente que daria um presidente ausente”, criticou.
O PS ainda acredita que pode superar a perceção deixada pelos casos judiciais que envolveram a autarquia no último mandato, prometendo agora uma nova equipa e um portal da transparência com a declaração de todas as declarações de interesse.
Ainda no capítulo das cadeiras vazias, João Martins da coligação Livre e Bloco apontou ao Chega que não ser considera merecedor de confiança por ter votado contra na desagregação das freguesias.
“Se não aprovaram a desagregação das freguesias é porque não há essa preocupação do interesse pelos fregueses, pelos vizinhos, etc,” rematou João Martins que sobre Luís Filipe Menezes lembrou que quando concorreu à Câmara do Porto “não ficou para vereador.”
André Araújo, da CDU, juntou Luís Filipe Menezes e Chega na mesma crítica: “O Partido Chega ainda não apareceu, está a tentar ver se vence isto que passa de comparência e a candidatura do PSD, CDS e Iniciativa Liberal está a promover uma dimensão que para nós é muito grave, que é um afunilamento democrático e nós precisamos precisamente do oposto, nós precisamos de um aprofundamento da democracia em Vila Nova de Gaia.”
Nas questões da mobilidade, a CDU esteve ao ataque ao PS e André Araújo espantou-se quando ouviu João Paulo Correia afirmar que a primeira medida será terminar o contrato com o concessionário (UNIR) que tem falhado o serviço. "Passado dois anos, finalmente, dizem que a UNIR é um problema, andaram estes dois anos a defender o operador", ironizou.
Já na questão da abolição de portagens, PS e CDU também se envolveram num debate aceso, com André Araújo a acusar João Paulo Correia de ter mudado de opinião.
“Mas qual é o problema de mudar de opinião? Só o PCP que não mudou de opinião desde 1974,” retorquiu o candidato socialista.