"Um truque." PS atira ao Governo e lembra que IRS Jovem e descida do IRC comprometem OE (mesmo fora do documento)
A líder parlamentar do PS admite que "não é um bom sinal" para a negociação e volta a colar o Governo à IL e Chega
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Alexandra Leitão acusa o Governo de um truque depois de o ministro das Finanças ter adiantado que o IRS Jovem e a descida do IRC não entram no Orçamento do Estado e serão aprovadas por autorização legislativa. Na opinião de Miranda Sarmento, “o PS deixa de ter condições” para inviabilizar o documento, mas a líder parlamentar socialista avisa, em declarações à TSF, que a margem orçamental vai refletir-se no Orçamento.
A descida do IRC para as empresas e o IRS Jovem são duas medidas com as quais o PS já se opôs, falando em “injustiça” e em “desigualdade”. À TSF, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, nota que o Governo aproxima-se do Chega e da Iniciativa Liberal para aprovar medidas fiscais, mas pede aos socialistas que viabilizem o Orçamento do Estado.
“O que o ministro disse foi isto: duas matérias de opção política fundamental do Governo, e com as quais o PS tem discordâncias de fundo, vai aprová-las com a direita, com o Chega e com a IL. E depois vai pedir ao PS que viabilize o Orçamento do Estado”, notou.
A socialista responde com um redondo “não” e, tal como Pedro Nuno Santos já tinha sugerido, apela ao Governo que “procure junto da direita a viabilização do Orçamento”. Para Alexandra Leitão, não passa de “um truque”.
“Isso é um truque: é o truque de dizer que procura com uns as coisas fundamentais e depois procura a muleta do PS. Então não. Procurem junto daqueles que concordam com o Governo nas suas opções de política fundamental, a viabilização do Orçamento”, repete.
Para Alexandra Leitão, esta posição do Governo “não é um passo no caminho certo” para a viabilização do documento, que será entregue em novembro. E lembra que com a aprovação do IRS Jovem e da descida do IRC para as empresas, a margem orçamental para a negociação fica comprometida.
“Essa separação é totalmente artificial. É evidente que perder 1500 milhões de um lado e mil milhões do outro, isso vai onerar no mesmo Orçamento. Portanto, a opção está tomada. O Orçamento não vai ter mais margem para fazer nada. Rejeitamos frontalmente e achamos mesmo que é um recuo para qualquer tentativa de negociação”, acrescenta.
Futuro político? Leitão “de corpo e alma” como líder da bancada
Palavras de Alexandra Leitão à TSF, à margem de um almoço-debate organizado pelo International Club of Portugal, onde foi questionada sobre o futuro político. Alexandra leitão tem sido apontada a voos mais altos, como a liderança do PS ou do Governo, mas a atual líder parlamentar socialista desvaloriza.
A socialista garante que está “de corpo e alma” como presidente do grupo parlamentar do PS, apenas há quatro meses, no primeiro mandato de Pedro Nuno Santos como secretário-geral socialista.