Uma promessa, um arrependimento e uma acusação: arranca esta quinta-feira o décimo dia de campanha
Arranca esta quinta-feira o décimo dia de campanha para as autárquicas. Acompanhe tudo na TSF
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O presidente do PSD afirmou hoje que a solução para os concelhos terem mais desenvolvimento “talvez seja votar no PSD e CDS-PP”, mas apenas pela qualidade dos autarcas, assegurando que o Governo tratará todos sem diferenciação.
Luís Montenegro participou hoje num jantar-comício de apoio ao candidato PSD/CDS-PP à Câmara Municipal de Santarém, João Teixeira Leite, que substituiu em 2024 Ricardo Gonçalves, depois de este ter renunciado ao mandato há cerca de um ano para presidir ao Instituto do Desporto de Portugal.
Após o autarca ter referido “a grande proximidade” com o atual executivo PSD/CDS-PP como razão de vários investimentos e projetos em curso em Santarém, Montenegro atribuiu a “parceria virtuosa” com João Teixeira Leite ao facto de partilharem “os mesmos valores, a mesma visão, a mesma vontade”.
“Estão aqui algumas pessoas de concelhos vizinhos que devem estar a interrogar-se o que é que falta fazer nos concelhos deles para poderem ter tanto investimento e de forma tão harmoniosa. Talvez uma das soluções seja votar no PSD e no CDS, talvez”, afirmou.
No entanto, o também primeiro-ministro assegurou, logo de seguida, que o Governo não fará “qualquer diferenciação” entre municípios, seja qual for a cor política.
“Não é essa a razão, a razão é precisamente a contrária, não somos nós que fazemos essa diferenciação, são os autarcas de cada um dos concelhos que fazem diferente uns dos outros e estes fazem melhor”, disse.
O candidato da coligação PSD/IL/PAN à Câmara de Sintra acusou esta quarta-feira o PS de tratar os sintrenses “com falta de dignidade”, por não investir os impostos dos munícipes, e recebeu um apoio do antigo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
“O Partido Socialista trouxe-nos para o desleixo e por uma questão que eu acho que é, de alguma forma, muito triste, que é a falta de dignidade com que a câmara tratou os sintrenses”, afirmou Marco Almeida, num jantar da candidatura na Terrugem.
O antigo vice-presidente da câmara, nos mandatos de Fernando Seara (PSD), referiu-se aos 12 anos de maioria socialista, que “optou por concentrar 350 milhões de euros nas contas bancárias”, fruto dos impostos, “em detrimento da qualidade de vida de cada um”, das suas famílias e instituições.
“Nós não vamos desbaratar o dinheiro, porque o dinheiro é dos sintrenses. Mas nós vamos investi-los, vamos investir nos equipamentos sociais”, na “qualificação do espaço público” e, “acima de tudo, sermos capazes de compensar as falhas que o Governo central ainda nos atribui, na saúde, na educação, na proteção familiar”, prometeu.
O candidato, que concorre à câmara pela terceira vez, após em 2013 ter encabeçado a lista independente “Sintrenses com Marco Almeida”, contra o PSD, e em 2017 liderar a coligação de PSD/CDS-PP/PPM MPT, perdendo para Basílio Horta (PS), admitiu que o sufrágio de domingo “são eleições difíceis”.
Após a intervenção do antigo presidente da câmara Fernando Seara, que candidata à Assembleia Municipal, Pedro Passos Coelho, no seu discurso, disse sentir que a escolha de Marco Almeida pode, “de certa maneira, concretizar” algo que já se podia “ter concretizado antes”.
“Quando o professor Fernando Roboredo Seara, que está aqui comigo, concluiu os seus mandatos à frente do município de Sintra, talvez nós tivéssemos tido, na altura, outra lucidez se nos tivéssemos entendido todos e tivéssemos podido apoiar o Marco Almeida”, recordou o então presidente do PSD.
Passos Coelho assumiu as suas “responsabilidades por isso”, mas o seu “objetivo não era andar 12 anos atrás” do PS, antes dizer que “a maior estupidez é a gente cometer o mesmo erro duas vezes seguidas”.
Por isso, ficou “muito contente que isso não tivesse sucedido” e, sem “agressividade em relação a ninguém”, possam dizer aos sintrenses que têm “o melhor candidato à Câmara de Sintra”, pedindo aos presentes para, até domingo, “não se distraírem” e escolherem “um bom presidente de câmara” para Sintra.
O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, prometeu esta noite que, sendo primeiro-ministro, não irá usar o cargo executivo para fazer campanha eleitoral, assegurando que essa era a sua cultura democrática enquanto presidente da câmara.
José Luís Carneiro discursou na noite de quarta-feira num comício na vila de Izeda, em Bragança, e mostrou-se convicto na vitória da candidatura da antiga governante e ex-deputada Isabel Ferreira à câmara desta capital de distrito.
“Quero assumir convosco que quando for o primeiro-ministro deste país poderão ter a certeza de que não confundirei as minhas funções governativas com as funções partidárias e não as usarei para fazer campanha eleitoral”, prometeu.
O líder do PS disse que foi isso que fez quando era presidente da Câmara de Baião e “nunca inaugurou uma obra em tempo eleitoral”.
“Metia férias no princípio da campanha eleitoral e não mais fazia inaugurações para que as pessoas pudessem ajuizar com racionalidade, com uma avaliação clara, transparente, daquilo que tinha sido o meu desempenho enquanto autarca”, afiançou.
A democracia, segundo o socialista, “é o respeito pelos outros independentemente das suas ideias e das suas opções políticas”.
“E ninguém, em nenhuma circunstância, pode ser beneficiado ou prejudicado em função das suas opções políticas ou das suas opções partidárias”, afirmou.
Para José Luís Carneiro “é essa cultura democrática” que quer em Bragança, no futuro, “com a Isabel na presidência da câmara municipal”.
O secretário-geral do PCP acusou na quarta-feira PSD e PS de terem firmado uma coligação “ao mais alto nível” em Santiago do Cacém para “abocanhar o litoral alentejano”, mas avisou que o povo não “irá na cantiga”.
Paulo Raimundo fez estas acusações num discurso num jantar comício em Santiago do Cacém, uma autarquia sempre gerida por coligações lideradas pelo PCP desde 1976 e onde, nestas eleições autárquicas, PS, PSD, IL e CDS-PP se juntaram para apoiar a candidatura independente de Bruno Pereira.
Perante centenas de apoiantes da CDU, Paulo Raimundo considerou que a candidatura de Bruno Pereira, apesar de se afirmar como independente, “mais não é do que uma lista do PS, PSD, CDS e IL”.
“Aliás, para sermos rigorosos, é uma lista de parte do PS, de parte do PSD, de parte do CDS e de parte da IL. E essa parte desses partidos, os tais que fizeram o negócio, o que eles querem, nós sabemos bem, é retirar a população da gestão da sua autarquia”, disse.
Para Paulo Raimundo, “o que eles querem é afastar os trabalhadores, as populações, a juventude, de continuar a traçar os destinos da sua terra”.
“Essa tal parte do PS, do PSD, do CDS e da IL fizeram este tal negócio, fechado ao mais alto nível, que andou escondido, andou camuflado, mas que agora está às claras. Juntaram-se para fazer o frete aos interesses especulativos. Juntaram-se para fazer o frete às negociatas”, salientou.
O secretário-geral do PCP defendeu que, “se há coisa que estas eleições autárquicas mostram e revelam é que há quem queira, com muito dinheiro, com muitos meios, com instrumentos diversos, abocanhar este território”.
“Há quem queira pôr as mãos no litoral alentejano”, avisou.
No entanto, o secretário-geral do PCP manifestou-se convicto de que o povo do litoral Alentejano “vai fazer aquilo que fez sempre, defender a sua terra, a sua costa” e mostrar que o território “é de todos e não só de alguns”.
O presidente do Chega, André Ventura, considerou na quarta-feira que seria impensável o seu partido eleger menos presidentes de câmara do que a CDU ou o CDS e considerou que está a disputar as eleições autárquicas com PSD e PS.
Durante uma arruada em Aveiro, André Ventura foi questionado sobre a possibilidade de o Chega ganhar menos câmaras do que CDU, que tem 19, ou CDS, que tem seis.
“Isto é impensável acontecer. Eu já vos tinha dito nas últimas eleições isto. Não vale a pena nós termos cenários que nós gostaríamos de criar na nossa cabeça”, afirmou.
O líder do Chega considerou que é preciso “esquecer as fantasias”.
“Há três partidos que podem ganhar estas eleições, o Chega, o PSD e o PS. É isso que está em discussão nestas eleições”, defendeu.
André Ventura voltou a mostrar-se confiante de que o Chega vai ter um resultado “em linha” com o das legislativas, quando o partido conseguiu um milhão e 400 mil votos e subiu para segunda maior força no parlamento.
Ventura indicou que o “Chega tem um objetivo e uma missão, que é conseguir mapear o país com vitórias e com a cor do Chega.
“Sendo o líder da oposição, só tem um adversário, que é o único partido que ainda está acima dele, que é o PSD”, indicou.
