Vasco Lourenço desafia Marcelo a resolver indecisão parlamentar sobre sessão solene do 25 de Abril
Em declarações à TSF, o presidente da Associação 25 de Abril considera que o Parlamento deve “fazer todos os esforços para comemorar o 25 de Abril, mesmo que não esteja a funcionar em pleno”
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O presidente da Associação 25 de Abril desafia Marcelo Rebelo de Sousa a resolver indecisão do Parlamento sobre sessão solene comemorativa da revolução dos cravos.
Em declarações à TSF, Vasco Lourenço começa por sublinhar que “o Presidente da República tem tido uma posição extraordinariamente positiva em relação às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril”. “Portanto, estou confiante que não deixará de organizar uma sessão solene”, acrescenta, lembrando que noutra altura esta já aconteceu em Belém e não na Assembleia da República.
Vasco Lourenço considera, ainda assim, que o Parlamento deve “fazer todos os esforços para comemorar o 25 de Abril, mesmo que não esteja a funcionar em pleno”.
“Também isso pode ajudar que os portugueses escolham melhor no nas próximas eleições”, frisa, desafiando os partidos políticos a mostrarem “quem é que efetivamente se assume como defensor dos valores de Abril e quem está a tentar branqueá-los”.
A conferência de líderes vai decidir na próxima semana se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política.
A sessão que assinala a Revolução dos Cravos no Parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da Assembleia da República, nascida das eleições de 25 de abril de 1976, data da entrada em vigor da Constituição democrática.
Em 1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em 1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.
Em 1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S. Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a sessão no Parlamento.
