Venceu à primeira e à segunda. Francisco Paupério é o cabeça de lista do Livre às europeias
As eleições primárias do Livre geraram polémica. Filipa Pinto, que foi a “número dois” pelo Porto nas legislativas, será a segunda candidata a eurodeputada pelo Livre.
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Francisco Paupério é o cabeça de lista do Livre às eleições europeias. Venceu a segunda volta das primárias do partido, depois de já ter vencido a primeira volta, o que levantou suspeitas de “viciação externa”. Entre os cabeças de lista revelados, dos principais partidos, é o mais jovem candidato: tem 28 anos.
Filipa Pinto, que foi a “número dois” pelo Porto nas legislativas, será a segunda candidata a eurodeputada pelo Livre, e Carlos Teixeira, candidato por Lisboa nas últimas eleições para a Assembleia da República, é o número três.
Os primeiros seis nomes contam ainda com a investigadora Mafalda Dâmaso, o chefe de gabinete do Livre na Assembleia da República e deputado municipal em Oeiras, Tomás Cardoso Pereira, e Inês Pires, que foi cabeça-de-lista por Leiria nas últimas legislativas.
Luta pelos direitos humanos e pelo ambiente
O agora cabeça de lista pelo Livre tem apenas 28 anos, é formado em Biologia e está a concluir o doutoramento em Biologia Integrativa e Biomedicina no Instituto Gulbenkian de Ciência. No partido, é membro da Assembleia do Livre e relator do círculo temático Europa.
Francisco Paupério entende que “falar da Europa é falar de Portugal e dos portugueses”, até pelas crises que têm afetado o continente, como a migratória, a climática ou a financeira. Candidata-se para “simplificar a política europeia” e “chamar a atenção para o seu impacto no nosso dia-a-dia”, de acordo com a apresentação da candidatura que deixou aos apoiantes do Livre.
“Temos que ser capazes de desmistificar o conceito “Europa” e valorizar este projecto, aos olhos de todos. É aqui que precisamos de inovar na política: trazer mais e novas pessoas, com diferentes experiências e com uma visão partilhada e unificada”, acrescenta.
No Parlamento Europeu, Paupério quer “dar voz aos jovens” e promete trabalhar para “respostas urgentes no sector da habitação, saúde e ambiente”, mas também para “alterar o Pacto Europeu de Migração e Asilo para mostrar como a integração e segurança não são incompatíveis”. A luta pelos direitos humanos e pelo ambiente “não pode parar” e o futuro vence-se a “construir pontes e derrubar muros”.
A polémica por alegada "viciação externa"
As eleições primárias do Livre, tendo em vista as eleições europeias, geraram polémica, depois de a Comissão Eleitoral fechar a segunda volta apenas a membros e apoiantes, alegando “viciação externa”. A decisão acabou revertida pela Comissão de Ética e Arbitragem.
Em causa esteve o número “superior ao normal” de votos em apenas um candidato, tendo em conta que os eleitores nas primárias devem ordenar os candidatos de um a seis. A Comissão Eleitoral do Livre alertava para um número anormal de votos apenas num candidato (Francisco Paupério), sem ordenação.
O início da segunda volta foi suspenso 24 horas, mas a Comissão de Ética e Arbitragem deu razão a Francisco Paupério e a outros membros que apresentaram recurso da decisão. Concluíram que "não foram apuradas quaisquer condutas que traduzam uma viciação do processo eleitoral".
"É legítimo aos candidatos em primárias abertas procurarem mobilizar os seus eleitores, muito embora o exercício do direito de voto nas primárias abertas deva seguir a lógica de ordenação de uma lista de candidatos, ao invés da escolha de um cabeça de lista", justificavam na deliberação.