Ventura diz que só "acordo governativo" com o Chega garante estabilidade nos Açores

O presidente do Chega considerou este domingo que o resultado do seu partido nas eleições dos Açores, com a eleição de cinco deputados, é uma "grande vitória" e afirmou que "só haverá estabilidade" com um acordo de governo.

Ventura, apontou que o seu partido "mais do que duplica" o resultado eleitoral nos Açores, isto num momento em que os resultados ainda não estavam fechados, e que "o PS e a esquerda não terão maioria parlamentar", algo que justificou com o "crescimento exponencial" do partido.

"A AD regista o mesmo número de votos que PSD e CDS, em separado, obtiveram em 2020, registando por isso um nulo ou não significativo crescimento", analisou também o líder partidário, realçando que o Chega será "o partido decisivo na governação dos Açores ao longo dos próximos quatro anos".

Repetindo a ideia de que o partido será "fundamental", revelou que vai trabalhar "em conjunto com o PSD" para garantir um Governo "para quatro anos, com estabilidade" e apontou que os açorianos "sabiam que só um acordo governativo" a garantiria.

O processo de negociações poderá ser "demorado" e levará "mais do que dois ou três dias", reconheceu, mas para o Chega o PSD "só tem duas escolhas: ou o PS, ou um entendimento à direita, com o Chega".

Questionado sobre se a coligação PSD/CDS/PPM poderá governar sozinha, Ventura apontou que os partidos da coligação já tiveram essa oportunidade e que "correu mal".

Desafiado a fazer uma leitura nacional deste cenário político, o líder do Chega separa o país da realidade açoriana, mas deixa a ideia de que o Chega "é o único partido que cresce" e que, a 10 de março, terá um papel fundamental na governação do país.

A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu as eleições regionais dos Açores, mas ficou a três deputados da maioria absoluta, quando estão apuradas todas as freguesias, segundo dados oficiais provisórios.