Ventura poderá mudar estratégia? Dúvidas persistem porque técnica do "politicamente incorreto" é "sucesso eleitoral"
No Fórum TSF, o especialista em extrema-direita João Carvalho aponta que, apesar do êxito eleitoral do Chega, o estilo "altamente populista" de Ventura é um entrave às negociações parlamentares
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Após apurados os resultados da emigração, que dão a vitória ao Chega, atribuindo-lhe dois mandatos — o que faz com que saia do empate com o Partido Socialista — André Ventura assumiu-se como líder da oposição. Dado este panorama político, João Carvalho, professor do ISCTE que tem investigado a extrema-direita europeia e a portuguesa, em declarações no Fórum TSF, diz não estar à espera de "uma grande alteração na estratégia" do agora líder do segundo partido com mais deputados no Parlamento.
E há duas razões que o levam a acreditar naquele cenário: primeiro, a técnica "de combatividade, de radicalismo, do politicamente incorreto e de irreverência" do líder do Chega "tem sido um sucesso em termos eleitorais". Tal nota-se pelo "crescimento sustentado ao longo destes últimos seis anos", aponta o mesmo investigador.
Depois, Ventura "só tem um estilo de governação que é altamente populista", criando "grandes impedimentos às negociações" com os outros partidos políticos representados na Assembleia da República.
Com os resultados finais das eleições legislativas conhecidos, a AD alcança os 91 deputados na Assembleia da República. Apesar de o PS (58) acabar com mais votos, o Chega (60) passa a ser o segundo partido com mais mandatos. A Iniciativa Liberal fica com nove deputados, o Livre com seis, o PCP com três e Bloco de Esquerda, JPP e PAN com deputados únicos.

