Ventura pressiona Marcelo: sem Orçamento, só eleições são solução (e alerta para mandato "em desgraça")

Com o voto contra ao Orçamento do Estado, André Ventura já parece focado em eleições antecipadas. Marcelo Rebelo de Sousa não revela o que fará caso o país veja o orçamento chumbado, mas para o líder do Chega os duodécimos não são solução. Ventura coloca a pressão em Marcelo Rebelo de Sousa, e avisa o Presidente da República que pode terminar o mandato “em desgraça”.

“O Presidente da República pode manter o país permanentemente sem Orçamento? Pode, mas acabará o seu mandato em absoluta discórdia em absoluta desgraça”, atirou, em declarações aos jornalistas à margem das jornadas parlamentares do Chega, em Castelo Branco.

André Ventura lembra que também o Governo do PS caiu, em 2022, quando o Orçamento foi chumbado pela esquerda. Na cabeça do líder do Chega, não há outra solução.

“Não é o Presidente da República que está no Parlamento a decidir, são os partidos que representam o povo. O Presidente da República terá de tomar, em consciência, a decisão que tiver de tomar. Se quiser ficar para a história, como o Presidente que com um partido tomou uma decisão e com outro tomou outra, por ser mais amigo dele, pode acontecer que o grande impacto sobre Marcelo não seja o caso das gémeas, mas o do Orçamento”, acrescentou.

A palavra é de Marcelo Rebelo de Sousa, mas André Ventura não desarma. E sem negociações com o Governo, tendo em vista o Orçamento do Estado, o líder do Chega deixa também o recado a Luís Montenegro.

“Ou o Governo percebe que tem de negociar a sério em matérias estruturais, como emigração, combate à corrupção e descida de impostos, ou podem apresentar um, dois, cem orçamentos, que nenhum passará”, antecipou.

Só há uma solução para André Ventura: eleições antecipadas. Ainda assim, com o Orçamento chumbado, Ventura compromete-se com a viabilização de um orçamento retificativo para aumentos dos professores, forças de segurança e redução de impostos.