Ventura reafirma "conversas informais" nos Açores e atira "teste de algodão" para o PSD
O líder do Chega acusa os social-democratas de se terem colocado "no colo do PS" nos Açores e defende que ficou claro que os socialistas "não querem ter nada a ver com o PSD".
Corpo do artigo
O presidente do Chega reiterou a disponibilidade do seu partido para um acordo de governo nos Açores e considerou que agora o "teste do algodão" é do PSD, atirando a responsabilidade para os sociais-democratas.
"Desde a noite eleitoral, coerência nos seja dada, dissemos estamos disponíveis, queremos conversar e vamos chegar a uma solução de estabilidade. o PSD naquela noite preferiu pôr-se nas mãos do PS e dizer que o PS tem o dever de sustentar o governo. Luís Montenegro está equivocado, o teste do algodão não é do Chega, é do PSD, se prefere um governo de direita ou um governo de esquerda", afirmou.
Na leitura do líder do Chega, o PSD "mais uma vez foi-se pôr no colo do PS e levou a resposta: agora se viu que o PS não quer ter nada a ver com o PSD. Portanto, ficamos com uma espécie de PSD prostituta política, a ver se não dá com o PS, vai tentar com Chega, como também não quer o Chega, tentará com outros: azar da vida é que nos Açores não dá com outros, porque só há PS ou Chega".
Falando aos jornalistas em Sobral de Monte Agraço, distrito de Lisboa, André Ventura recusou que o Chega esteja "entre a espada e a parede" e afirmou que a responsabilidade está "do outro lado", na coligação PSD/CDS-PP/PPM, que venceu as eleições regionais na semana passada, sem maioria absoluta.
André Ventura insistiu que existem "conversas informais nos Açores sobre esta matéria" que "estão a evoluir", depois de o presidente do PSD ter dito no sábado que "não existe" nenhuma negociação nos Açores, e "não vale a pena sonhar com ela".
"Eu reafirmo, eu sei que está a haver conversas informais nos Açores sobre esta matéria, não sei como é que vão terminar, mas peço desculpa, a responsabilidade não pode ser do Chega", apontou Ventura, ressalvando que "sempre houve uma ponte entre os partidos, porque os partidos colaboravam".
Sobre as eleições legislativas de 10 de março, o líder do Chega aproveitou para desafiar o líder do PSD, Luís Montenegro, a "responder a uma questão básica que é se houver uma maioria de direita, mas o PS tiver mais votos que o PSD ou que o Chega, se o PSD vai aceitar formar um governo de direita ou se vai viabilizar um governo do PS, deixar o PS governar".
"O líder do PSD tem de dizer o que vai fazer, não dizer nada é um mau prenúncio para a democracia e mostra alguma cobardia política", considerou.
Falando aos jornalistas durante uma iniciativa no âmbito da pré-campanha para as eleições legislativas de 10 de março, o presidente do Chega considerou "particularmente irónico" que a "grande medida" do PS para a habitação seja um aumento da despesa dedutível no IRS com encargos de arrendamento, quando o líder socialista foi responsável por esta pasta.
André Ventura defendeu que "se não trouxer mais nada hoje do que um aumento de deduções 50 euros é uma falha muito grave" uma vez que "Pedro Nuno Santos tinha prometido que daria habitação para todos".
O PS prevê no seu programa eleitoral, que será hoje apresentado, aumentar 50 euros todos os anos a despesa dedutível com encargos de arrendamento em sede de IRS, até atingir 800 euros em 2028, segundo avançou à agência Lusa fonte oficial socialista.
