Ventura remete listas com nomes do PSD para a semana e acusa PS de falta de democracia por ausência em congresso
O presidente do Chega fala também do programa eleitoral do partido como o “mais bem preparado” de sempre e promete divulgar já algumas das medidas.
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André Ventura afirmou, este domingo, que não serão conhecidos, durante a Convenção Nacional do Chega, outros nomes de antigos membros de outros partidos, como o PSD, que encabeçam as listas do Chega às legislativas.
Em declarações aos jornalistas, à chegada ao Centro Cultural de Viana do Castelo, onde decorrer a convenção do partido, André Ventura remeteu o anúncio desses nomes, sobre os quais tem vindo a procurar criar expectativa, para a próxima-sexta-feira. O líder do Chega sublinha que ainda conta com mais cinco dias para chegar as listas.
O que já esta fechado, garante Ventura, é o programa eleitoral do partido, que também contou com o contributo de nomes vindos de outras forças políticas. André Ventura prometeu avançar com algumas das medidas propostas no programa durante o discurso que vai fazer esta tarde, no encerramento da convenção.
“[O programa eleitoral do Chega] foi preparado por economistas, por pessoas antigamente ligadas à governação do país, pessoas que conhecem os dossiês, e prepararam um programa ambicioso, credível, forte, capaz de perceber onde é que se pode fazer cortes, onde é que se deve fazer investimento, onde é que podemos ter mais e onde é que podemos ter menos”, descreve. “Este foi, posso garantir, o programa mais bem preparado da História do Chega.”
O programa completo, assegura, será divulgado nos próximos dias.
André Ventura falou ainda sobre a presença de representantes oficias do Governo e de outros partidos, este domingo, no último dia da convenção do Chega. Entre os partidos convidados, só a direita – PSD, CDS e Iniciativa Liberal – aceitou estar presente. Ventura deixa, por isso, acusações de falta de democracia ao PS.
“[A presença na convenção] parece-me uma coisa natural, visto que o Chega é o maior partido da democracia”, refere André Ventura. “Quem não vem a este congresso é o Partido Socialista, que, aliás, não nos convidou sequer para o seu congresso. Nós fizemos diferente. Nós convidámos todos os partidos do arco da democracia. Essa é a nossa diferença para o PS. Nós somos democratas e todos os partidos da democracia que quisessem estar hoje presentes tinham lugar”, declara o líder do Chega, adiantando que mesmo os partidos mais à esquerda, como o PCP e o Bloco de Esquerda, foram convidados.
André Ventura foi ainda questionado sobre se não o incomoda a quase total unanimidade na própria eleição – ele que, etse sábado, foi reeleito presidente do Chega com 98,9% de votos a favor -, enquanto sinal de falta de oposição interna e fraca saúde democrática no partido. O líder responde que o resultado “mostra que os militantes estão satisfeitos” e que o partido está “unido”.
Numa referência ainda a um momento, durante este sábado, na convenção, em que um militante do Chega foi ao palco assumir-se como fascista, André Ventura reage dizendo que ficou “incomodado” com a leitura feita, alegando que o militante em causa estava a usar “ironia”.