Deputados querem alertar para as "diversas causas da poluição", para a "seca prolongada" e para os problemas dos transportes que asseguram travessia, propondo-se apresentar propostas concretas.
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Os deputados do partido ecologista Os Verdes (PEV) realizam esta segunda e terça-feira jornadas parlamentares dedicadas ao "Tejo, poluição e outros conflitos", com diversas iniciativas em Santarém, Almada e Lisboa.
Durante dois dias, Os Verdes pretendem "alertar, denunciar, investigar e propor diversas matérias relativas à poluição do Tejo", explicou Heloísa Apolónia, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, sustentando que a questão não se limita aos problemas identificados com a empresa Celtejo. "Existem outras causas como a atividade agrícola e industrial, a suinicultura ou o mau funcionamento das estações de tratamento das águas residuais", salientou.
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Para o PEV, a seca que afeta Portugal "tende a prolongar-se pelos próximos anos, fruto das alterações climáticas" e o país deve estar preparado. "A seca vai acompanhar-nos durante muitos anos e nós precisamos de adaptar os nossos recursos hídricos a essa situação", salientou Heloísa Apolónia, considerando que "o caudal dos recursos hídricos não está assegurado".
Depois de um primeiro dia dedicado à questão da poluição, que inclui encontros com movimentos ecologistas e autarcas em Santarém, o segundo dia das jornadas arranca em Almada e vai centrar-se no problema dos transportes entre as duas margens do Tejo.
"Há enormes problemas relativamente ao transporte fluvial", identificou a deputada, garantindo que o mesmo acontece com o ferroviário. Heloísa Apolónia lamenta, por exemplo, que a Fertagus e a Metro Sul do Tejo estejam foram do passe social, levando os "utentes a procurar o transporte fluvial", havendo, por isso, "muito mais carros a passar a Ponte 25 de Abril". Situações que para a deputada "devem ser analisadas, debatidas e devem ser feitas propostas concretas".
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Sobre as empresas de transportes que garantem a travessia do Tejo, Os Verdes reiteram que "a privatização não é solução". "O que é preciso é que não haja o desinvestimento que permanentemente tem havido neste transporte fluvial", concluiu.