Vitorino senta-se ao lado de Pedro Nuno Santos, mas conversa foge das presidenciais: foco nas legislativas
António Vitorino participou numa sessão para o PS atualizar o programa eleitoral para 18 de maio
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António Vitorino respondeu afirmativamente ao repto do PS para auxiliar o partido na atualização do programa eleitoral, em tempo de pré-campanha para as legislativas. O antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações é o favorito da direção do PS para as eleições presidenciais, Vitorino ainda não desfez o tabu, mas, nos últimos tempos, o foco da política portuguesa mudou.
Vitorino regressa à sede do PS, no Largo do Rato, mas apenas para uma sessão sobre “Europa e Defesa”, em mais um ponto das diversas sessões temáticas antes das legislativas. Aceitou “falar sobre o estado do mundo” que “está em mau estado”. Aos jornalistas, nada adiantou sobre presidenciais.
Sentou-se, no entanto, ao lado de Pedro Nuno Santos numa reunião que conta ainda com os antigos governantes do PS Nuno Severiano Teixeira e Francisco Seixas da Costa. Ouviram o secretário-geral socialista defender “uma visão mais intensa” para a Defesa, numa altura de guerras.
“Portugal não se colocará à margem de nenhum esforço europeu de reforço das capacidades de defesa e militares da União Europeia”, acrescenta Pedro Nuno Santos.
E qualquer investimento em defesa, garante o socialista, não vai afetar as políticas de saúde ou educação: “Qualquer esforço de capacitação militar e de defesa não deve pôr em causa o nosso investimento no Estado social, isso é para nós ponto de honra, até para a defesa da própria democracia”. Pedro Nuno Santos entende que “os populismos também se combatem com coesão social e económica”.
De novo, de mira aponta ao atual Governo, Pedro Nuno Santos reforça que a postura do primeiro-ministro perante a Europa é “inaceitável”. Luís Montenegro não marcou presença na Ucrânia para assinalar o terceiro ano de invasão ao país pela Rússia e falhou a entrada, por via remota, numa reunião para discutir o apoio ao país.
“Não é, obviamente, aceitável que em momentos críticos da União Europeia, nomeadamente, em matéria de política externa, no que diz respeito à situação da invasão da Ucrânia, o Governo português não se tenha feito representar ao mais alto nível. Isso não é aceitável”, sublinha.
O socialista promete, por isso, “defender o papel de Portugal na Europa e no mundo”, caso seja eleito primeiro-ministro.