“Vou ficar aqui até acabar a festa.” Rui Tavares acredita na eleição de três deputados
Desafiado, pela TSF, a mostrar o lado de dentro da campanha, o candidato do Livre revela que o dia em que o telefone mais tocou foi quando defendeu o diálogo com a direita democrática. Mas garante que as trocas de mensagens à esquerda “esclareceram tudo” e que o diálogo à esquerda não ficou beliscado.
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Apostado em manter e reforçar a presença do Livre na Assembleia da República, Rui Tavares garante que não tem música preparada para uma eventual derrota, mas já escolheu “Eu vou ficar até acabar a festa” de Elza Soares para celebrar o objetivo de alcançar um grupo parlamentar.
“O Livre é um partido que teve um crescimento lento, demorou tempo a chegar à Assembleia da República, mas faz parte da nossa política, faz parte do progressismo, faz parte da ecologia, faz parte do europeísmo. As pessoas querem ver como é que o Livre funciona com mais deputados e deputadas”, garante Rui Tavares estimando que, pela média das sondagens, o partido pode eleger três deputados.
A dois dias do final da campanha, o candidato do Livre por Lisboa, acredita que “a esquerda pode ganhar estas eleições”
“Nós, nestes últimos dias, devemos combater o desânimo, combater o medo. Não há razão para ter medo. Há razão para estarmos felizes nestes 50 anos do 25 de Abril, com aquilo que já fizemos e com aquilo que vamos fazer,” afirma Rui Tavares a pensar no dia a seguir às eleições quando “os partidos progressistas e os partidos da ecologia estejam a conversar”.
Rui Tavares garante que o diálogo à esquerda não saiu beliscado depois das declarações que fez sobre a necessidade de diálogo com a direita democrática porque uma troca de mensagens clarificou logo o alcance das palavras.
“Nós tínhamos trocado os nossos telefones, em parte, precisamente para isso, para evitar às vezes, ir atrás de uma distorção de interpretações nossas ou um qualquer outro facto político. Houve troca de mensagens que possibilitou, em alguns casos, até antes de se criar um mal entendido, evitar entrar nessa onda ou desfazer o mal entendido.”
Sentado num banco com vista para o Tejo, o fundador do Livre e cabeça de lista por Lisboa revela que “memoriza bastante” os discursos para que “saiam fluidos” e, por isso, não leva folhas para ler.
Mesmo em campanha, não dispensa a leitura, “o espaço de respiração mental” e tem andado entre o livro de um filósofo brasileiro sobre crise ecológica e a história da primeira República , à procura de lições do passado para presente.
