Primeiro-ministro transmite confiança aos beneficiários da ADSE e não quer acreditar numa "cartelização" por parte dos privados.
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António Costa rejeita que o braço de ferro entre a ADSE e os grupos privados de saúde possa colocar em risco o subsistema de saúde dos funcionários públicos, mas admite que possa haver alguma ilegitimidade na forma como a negociação está a ser feita pelos privados.
"O que temos neste momento é uma negociação onde uma das partes quer aumentar os seus proveitos, isso em si não tem nada de ilegítimo, a forma como se atua pode ter", explica, reforçando que é preciso ter "serenidade".
Questionado sobre o facto de três grandes grupos privados de saúde estarem a ameaçar romper as convenções com a ADSE, o primeiro-ministro defende que é preciso "confiança" nas negociações, mas também "firmeza" por parte do Governo.
O chefe do Executivo deixa ainda uma "palavra de confiança" aos beneficiários da ADSE, assegurando que "os cuidados de saúde não estão em causa e estarão integralmente assegurados, assim como também estará assegurada a continuidade da ADSE".
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Contudo, para tal, o primeiro-ministro reitera que é "essencial que a ADSE mantenha boas condições de solidez financeira e também boas condições comerciais"
"Nós iremos garantir todos os direitos dos beneficiários da ADSE que descontam mensalmente as suas contribuições para terem direito a este sistema de saúde, mas não nos podemos deixar capturar pelos interesses privados que gostariam de ganhar mais do que aquilo que é razoável ganhar", alerta Costa.
O primeiro-ministro garante que o Governo negoceia com "boa-fé" e pede o mesmo aos grupos privados de saúde, sublinhando que não quer acreditar em qualquer tipo de "cartelização" por parte dos privados.
Confrontado com a guerra entre ADSE e privados ao mesmo tempo que prossegue a greve dos enfermeiros, o chefe do Governo diz também não acreditar em qualquer tipo de "teoria da conspiração" num momento em que o país se encontra a discutir e a finalizar a nova lei de bases da Saúde.