Os vários partidos com assento parlamentar concordam que as demissões de Rovisco Duarte e de Azeredo Lopes não resolvem os acontecimentos e as dúvidas à volta do furto das armas em Tancos.
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Apesar das diferenças, os vários partidos com assento parlamentar concordam que a demissão do Chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, não resolve os problemas e dos acontecimentos à volta do furto das armas em Tancos e que ainda há muito para esclarecer.
O CDS quer conhecer "os contornos e os fundamentos" da demissão de Rovisco Duarte, que esta quarta-feira abandonou o cargo. O deputado Telmo Correia reafirmou que o CDS "tinha razão" das várias vezes em que pediu a demissão de Rovisco Duarte e também do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, que abandonou a tutela na semana passada.
Telmo Correia acusa António Costa de ser "o elo comum que travou estas demissões" e que "a responsabilidade não se podia limitar a dois militares, tinha que haver responsabilidades políticas e responsabilidades operacionais."
O deputado do CDS adianta que "cabe ao primeiro-ministro explicar porque é que isto aconteceu agora" e que aguarda pela comissão de inquérito "para saber mais sobre os acontecimentos."
Quanto à mesma comissão, o Bloco de Esquerda acredita que "talvez não fosse a melhor altura para comissões de inquérito", mas não se opõe à sua criação e sublinha que "todas as responsabilidades devem ser apuradas", garante o deputado João Vasconcelos.
Já o PSD, pela voz do deputado Carlos Peixoto, sublinha que "o caso não se esquece, não fica terminado, não fica resolvido" com a saída de Rovisco Duarte. O social-democrata realça que "este é apenas uma passo que é dado com alguma dignidade por Rovisco Duarte, mas não esgota este assunto" e reitera: "Ele ainda tem ainda muito para esclarecer."
Já o PCP acredita que as responsabilidades políticas não são exclusivas do atual Governo e que as saídas de Azeredo Lopes e de Rovisco Duarte "não resolvem o problema quer das responsabilidades criminais, quer das políticas." O deputado Jorge Machado garante: "Há muito mais responsabilidade que precisa de ser apurada."