Bloquistas querem ajudar o Aquarius a continuar a sua missão no Mediterrâneo. A bordo do navio a notícia foi acolhida com agrado.
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O Bloco de Esquerda (BE) quer saber se o Governo está disponível para registar o navio Aquarius em Portugal.
"Está o Governo de Portugal disponível para permitir que o Aquarius continue a sua missão de resgate e salvamento, através da concessão do registo da embarcação no nosso país?" Esta foi a pergunta enviada pelo BE, esta segunda-feira, ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, através da Assembleia da República.
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Em declarações à TSF, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda lembra que "só este ano já morreram mais de 250 mil pessoas a atravessar o Mediterrâneo".
A retirada do registo do Aquarius corresponde também à "retirada de olhos independentes", de uma "consciência crítica que consiga ver onde está a falhar, por vezes deliberadamente, o resgate destas pessoas".
É o caso do que se passa em Itália, condena Pedro Filipe Soares. "O governo italiano tem um preconceito claro para com estes migrantes, na forma como os trata, como os achincalha, como os desvaloriza enquanto pessoas."
A bordo do Aquarius, a iniciativa do Bloco de Esquerda foi acolhida com satisfação.
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A retirada da bandeira do Panamá, aponta o responsável, "é uma manobra política para impedir resgastes no mediterrâneo. Saber que há membros do Parlamento português que estão a tentar apoiar-nos é uma noticia fantástica".
A bordo do Aquarius estão 58 pessoas, a maioria de nacionalidade Líbia. A condições do tempo estão a piorar e o navio continua sem porto seguro onde atracar.
Nick Romaniuk acusa o governo italiano de estar a pressionar outros países a não receber os migrantes nos seus portos.
"A Itália já disse que o Aquarius não é bem-vindo. Nós entendemos, eles têm as suas políticas internas. Nós respeitamos isso. Mas pressionar outros países através de ameaças é vergonhoso, é nojento."
Desde fevereiro de 2016 o navio Aquarius, ao serviço das organizações não-governamentais SOS Meditanée e Médicos Sem Fronteiras, resgatou 29.523 pessoas no mar Mediterrâneo.
Inicialmente registado em Gibraltar, a bandeira foi-lhe retirada em agosto. Conseguiu novo registo em setembro, agora a bandeira do Panamá, mas apenas durante alguns dias.