Nuno Magalhães diz que o que compete ao Parlamento é "apurar responsabilidades políticas" e insiste na demissão de Azeredo Lopes e do Chefe de Estado-Maior do Exército.
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"Hoje sabemos que naquilo que pode ser considerado um crime foi desvalorizado pelo ministro da Defesa", disse no Parlamento, o líder parlamentar do CDS..
Em conferência de imprensa, Nuno Magalhães considerou que "quer o ministro da Defesa, quer o Chefe de Estado Maior do Exército não têm condições para permanecer nos cargos"
"Se o local próprio para apurar eventuais responsabilidades criminais são os tribunais, não deixamos de notar que o local próprio para apurar os atos, omissões e responsabilidades políticas, da parte do Governo, é o Parlamento", justificou Nuno Magalhães.
O CDS diz que "treze meses depois" o Governo ainda não deu explicações "cabais" sobre o roubo das armas no paiol de Tancos.
"Sabemos que há uns meses o ministro da tutela, o ministro da Defesa Nacional que, já estará até a mais, e há muito tempo que assim acontece, veio aqui ao Parlamento desvalorizar, dizer que nem sequer tinha a certeza que era furto".
Nuno Magalhães defende que, por isso, "cabe ao Parlamento tirar as consequências políticas e apurar as responsabilidades de passados treze meses, o Sr. ministro da Defesa Nacional não ter dado um único esclarecimento claro notório sobre o que realmente se passou do ponto de vista da atuação política do Governo".
O CDS manifestou abertura para "acertos" com outros partidos sobre o texto a solicitar a criação deste inquérito parlamentar.
Ainda este mês, depois de ouvir, na comissão de Defesa, o ministro Azeredo Lopes, o CDS admitia ponderar todas as soluções para escrutinar a responsabilidade política do Governo no caso das armas de Tancos.
Esta terça -feira, o diretor da Polícia Judiciária Militar foi detido em conjunto com outras quatro pessoas. Segundo informações recolhidas pela TSF, há oito mandados de detenção para levar a cabo ainda durante o dia de hoje.
Entre os detidos está Lima Santos, responsável pela investigação criminal da GNR de Loulé e um civil.
"Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas", pode ler-se num comunicado do Ministério Público.