"É uma greve cruel". Ministra admite ajuda fora do SNS para reagendar cirurgias
Marta Temido disse no Parlamento que a greve dos enfermeiros "se vira contra os mais fracos" mas rejeita requisição civil. A ministra reafirma que cirurgias vão ser remarcadas no início de 2019.
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A ministra da Saúde considera que a greve dos enfermeiros "é cruel, porque se vira contra os mais fracos e não contra quem entende que é o sujeito de uma greve - que é o patronato".
Numa audição parlamentar sobre o estado do Serviço Nacional de Saúde, Marta Temido confirmou a promessa ontem deixada, no debate quinzenal, pelo Primeiro-Ministro, sobre o reagendamento das cerca de cinco mil cirurgias adiadas devido à greve dos enfermeiros e admitiu que pode haverá "impacto nas outras cirurgias".
"É um número preocupante (...) Acredito que no primeiro trimestre do próximo ano, serão reagendadas dentro do SNS e, se for caso disso, dentro das regras e dos tempos de resposta, para outros parceiros", disse a ministra aos deputados.
A União das Misericórdias Portuguesas já manifestou disponibilidade para ajudar a realizar as cirurgias que têm vindo a ser adiadas na sequência da greve dos enfermeiros.
Durante a audição parlamentar, foi perguntado à ministra se a requisição civil poderá ser uma opção para tentar resolver os problemas decorrentes da greve dos enfermeiros, mas Marta Temido rejeitou para já esta alternativa: "Não nos parece que estejamos perante nada que possa dar azo à aplicação da requisição civil".
Marta Temido reafirmou a disponibilidade para o diálogo, sublinhando que entre o Governo e os enfermeiros já foram realizadas cerca de "30 reuniões".
"Temos problemas e não os escamoteamos", disse a ministra aos deputados da Comissão de Saúde. Mata Temido acredita que "até ao final do ano" será possível concluir as negociações.