
Lisboa, 16/05/2018 - Conferência do Grupo Inter Religioso sobre eutanásia. Pastor Paulo Silva, Dom Manuel Vicente, Kiritkumar Bachu, Jorge Humberto, Sheik David Munir, Pastor António Carvalho, Ivan Moody e Diogo Lopes. (Leonardo Negrão / Global Imagens)
Leonardo Negrão/Global Imagens
Representantes de oito religiões estiveram reunidos com o Presidente, a quem transmitiram estar "absolutamente convergentes" em relação à eutanásia que consideram ser "um retrocesso civilizacional".
Católicos, evangélicos, judeus, muçulmanos, hindus, ortodoxos, budistas e adventistas pediram para ser recebidos por Marcelo Rebelo de Sousa para manifestar a sua posição contra a eutanásia no âmbito dos projetos de lei para despenalizar e regular a morte medicamente assistida em Portugal, que serão debatidos e votados na próxima semana na Assembleia da República.
"As nossas perspetivas podem ser distintas, como de facto são, mas aqui neste ponto, são absolutamente convergentes", afirmou o cardeal patriarca Manuel Clemente, à saída do encontro que durou cerca de uma hora.
O pastor Jorge Humberto, da Aliança Evangélica Portuguesa, afirmou por seu turno, que "este assunto não pode ser um assunto de algumas pessoas apenas. As religiões têm um sério contributo a dar no sentido da dignificação e dignidade da vida".
Para o pastor Jorge Humberto, a eutanásia é "um retrocesso civilizacional", defendendo que a solução deve passar por "cuidados paliativos ao alcance de todos em Portugal".
A posição foi defendida pelos restantes representantes das oito religiões: "Estamos juntos para ter a mesma voz", disse o Sheik David Munir, líder da Mesquita Islâmica Central de Lisboa.