António Costa diz que é mais sensato aguardar pela decisão da Comissão para Descentralização. PSD: "Não transforme a Comissão para a Descentralização no caixote do lixo dos insucessos do Governo.
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"O Infarmed vai para o Porto. O Infarmed vai para o Porto. O Infarmed vai para o Porto. O Infarmed vai para o Porto. O Infarmed vai para o Porto", Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, repetiu, por cinco vezes, a frase que António Costa tinha dito no Parlamento, quando questionado, há cerca de uma ano, pelo PSD, sobre a transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto, depois concluiu.
"O Infarmed não vai para o Porto. A palavra do primeiro-ministro tem um valor muito relativo. Palavra dada, palavra honrada, só quando lhe dá jeito", disse Fernando Negrão perante os aplausos da bancada social-democrata.
Na resposta, António Costa considerou que "uma decisão desta importância" não deve "assentar na vontade do Governo e do primeiro-ministro, e recordou ainda que, por acordo entre executivo e PSD, foi criada a Comissão para a Descentralização, com mandato até final de junho de 2019.
"Pareceu ao Governo responsável que em vez de persistir na teimosia de impor a todos a mudança do Infarmed para o Porto, aguardar pelos trabalhos da Comissão", disse o primeiro-ministro
"Mais vale dar um passo atrás para tomar uma boa decisão, do que continuar em frente numa decisão porventura errada", acrescentou.
De imediato, ouviu a réplica de Fernando Negrão:"Não transforme a Comissão para a Descentralização no caixote do lixo dos insucessos do Governo".
António Costa reconheceu ainda que o Governo já admitiu que a decisão deveria ter sido alvo de avaliação antes de ser divulgada.
Já Assunção Cristas, do CDS-PP, perguntou ao primeiro-ministro se "revogava" a palavra dada e António Costa respondeu: "Não revogo o que disse. Suspendo a decisão".
"Se isto fosse uma autocracia do António Costa, o Infarmed já estaria no Porto", disse o chefe de Governo.
O primeiro-ministro garantiu que, se "uma decisão desta importância" pudesse assentar exclusivamente no Governo ou na vontade do primeiro-ministro, hoje voltaria a dizer que "o Infarmed vai para o Porto".