O antigo ministro diz que, apesar de "não ser político", teve com o PS "uma colaboração generosa" e afirma que "muitos conheciam os detalhes da forma como tudo se processou e ninguém disse que não era verdade".
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Foi em resposta a um deputado socialista que Manuel Pinho detalhou a forma como começou a relação com o Partido Socialista. Pinho recuou ao ano de 2000, depois da segunda eleição de António Guterres, quando ele e outros economistas como Braga de Macedo e Eduardo Catroga foram convidados para os "Encontros de Bicesse" e aqui deixou uma farpa:"Era a altura em que o PS, que agora está empenhado na chamada geringonça, estava empenhado exatamente no contrário".
Manuel Pinho recordou depois que, "em pleno processo Casa Pia" o PS "estava com 15 ou 16% nas intenções de voto" quando ele "recebeu um convite por parte de Ferro Rodrigues" , na altura, secretário-geral do PS. Seguiu-se uma "colaboração generosa" em reuniões até que foi convidado para a Convenção Europeia, quando Sousa Franco era cabeça de lista do PS.
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"Eu não percebia nada das coisas políticas e só depois percebi que ia falar quase no fim e as pessoas pensaram: Aquele deve ser importante", disse.
Como já tinha descrito antes, Pinho recordou ainda que, durante o Euro 2004, costumava assistir aos jogos com António Costa "atual Primeiro-Ministro".
Neste ponto, Fernando Anastácio, do PS, interrompeu para lembrar que apenas tinha perguntado quem o tinha convidado para o Governo e quanto tempo tinha mediado até a aceitação.
Manuel Pinho retomou o relato para dizer que "foi António Costa quem o apresentou, à saída do camarote, a José Sócrates. Disse que, mais tarde, quando Sócrates o convidou para participar no Programa do PS, Pinho fez depender a decisão do assentimento de Ferro Rodrigues e de "não trabalhar com algumas pessoas do PS que faziam parte do pântano".
"E quando se diz que eu fui nomeado por iniciativa de A, B ou C, ainda ninguém disse "por amor de Deus, isso não é verdade, porque eu assisti a tudo e tenho muita pena que isto suceda porque acho que é uma coisa que fora do mundo da política não acontece", lamentou.
O antigo governante disse ainda que optou por pedir a "rescisão do contrato" e não pediu licença sem vencimento, ao Grupo Espírito Santo, por se sentir, desse modo, mais independente".
Convite da Universidade de Columbia "foi anterior" ao patrocínio da EDP
Questionado pelo PS, Manuel Pinho disse que foi convidado "pelos responsáveis da Universidade" para dar aulas em Columbia antes de a EDP avançar com um patrocínio, que disse desconhecer, de 1,2 milhões de dólares
"Sou um mero professor adjunto com contratos renováveis por semestres, sem direito a Segurança Social nem seguro médico.(...)Eu não sou professor de carreira, só tenho tido lugares a prazo e em part-time, mas no final do próximo semestre terei sido professor em três das 30 melhores universidades do mundo", sublinhou o antigo ministro.