Marcelo não exigirá "acordo escrito" a uma "geringonça" nas legislativas de 2019

Marcelo Rebelo de Sousa
MIGUEL A. LOPES/LUSA
Presidente da República rejeita opção de Cavaco e defende que atual solução governativa soube "afirmar-se, sobreviver e conviver" com matérias europeias, provando não ser necessário existir acordo escrito.
O Presidente da República afirma que, caso das próximas eleições legislativas resulte um entendimento entre partidos políticos, quer à direita quer à esquerda, como o que aconteceu nesta legislatura, não exigirá acordos escritos à semelhança do que fez Cavaco Silva.
Em entrevista ao podcast "Perguntar Não Ofende" , do jornalista Daniel Oliveira, Marcelo Rebelo de Sousa admite que não se revê na decisão do antecessor e lembra que, sobre essa matéria, "tem uma prática vivida" ao viabilizar vários orçamentos enquanto líder da oposição.
"Viabilizei a permanência do governo sem nunca haver acordo escrito. Portanto, não me parece essencial haver acordo escrito", assegura o presidente, salientando que quer "por uma questão de princípio", quer "porque as dúvidas que se poderiam formular sobre o acordo escrito acabaram por ser resolvidas pela prática da fórmula política".
Para Marcelo Rebelo de Sousa, "a atual fórmula governativa" - expressão que prefere utilizar, em detrimento de "geringonça" - "afirmou-se, sobreviveu" e "conviveu com realidades que suscitavam a existência de acordo escrito: a Aliança Atlântica e a União Europeia".
Razões que, na análise do chefe de Estado, provam que "os partidos apoiantes do governo não questionaram" a política do executivo em matérias consideradas importantes na governação, no que toca às relações internacionais. Questionado sobre se "em situação semelhante à que existe hoje, não exigirá acordos escritos para viabilizar um governo, Marcelo Rebelo de Sousa garante que não o fará. Um princípio que aplicará "quer à esquerda, quer à direita".
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