"Não houve a decência de assumir com transparência os motivos que conduziram à sua substituição".
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O antigo primeiro-ministro que escolheu Joana Marques Vidal para o cargo, Pedro Passos Coelho, atira-se ao governo no processo de não-renovação do mandato que acaba em outubro.
Num artigo de opinião publicado no Observador sob a forma de carta de agradecimento à ainda Procuradora-Geral da República, o antigo líder do governo PSD/CDS vai mais longe e diz que "não houve, infelizmente, a decência de assumir com transparência os motivos que conduziram à sua substituição".
"Em vez disso", diz Passos Coelho, "preferiu-se a falácia da defesa de um mandato único e longo para justificar a decisão", algo que, sublinha, não está escrito na Constituição e foi chumbado, apesar de "há anos defendido pelo Partido Socialista" nas revisões constitucionais.
O antigo líder do PSD argumenta que "é claro que a vontade de a substituir resulta de outros motivos que ficaram escondidos", falando numa "ação extraordinária no topo da hierarquia do Ministério Público".
A carta aberta de Pedro Passos Coelho acaba com um agradecimento e uma mensagem: "Muito obrigado, senhora dra. Joana Marques Vidal".
Recorde-se que a justificação da necessidade de ser um mandato único foi apresentada pelo governo para a saída da actual Procuradora-Geral da República, mas também
pelo próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
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