No Fórum TSF, o bloquista Jorge Gomes diz que o PS cedeu a "grandes interesses". Há que proteger os contribuintes, mas também o investimento das elétricas renováveis, responde o socialista Luís Testa.
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Para o Bloco de Esquerda, há lições para o futuro a retirar do recuo do PS em aprovar uma proposta do Bloco de Esquerda (BE) para alargar aos produtores de energias renováveis a Contribuição Extraordinária sobre o setor elétrico.
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"Saberemos que quando se trata de tocar no centro do poder económico, nas rendas instaladas e nos grandes interesses protegidos o PS pode faltar".
Questionado sobre se o chumbo em plenário da proposta que tinha passado na votação da especialidade, vai mudar a forma como o BE negoceia com o Governo, Jorge Gomes diz que o Bloco contará sempre com "marchas atrás", mas não vai mudar a forma de atuação.
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"Não vamos desistir de fazer justiça na economia, não vamos desistir de corrigir esta desigualdade. Em negociações futuras voltaremos ao tema da eletricidade, voltaremos ao tema das rendas excessivas", garante.
Em resposta, também em declarações no Fórum TSF, Luís Testa garante que os socialistas estão disponíveis para "revisitar o tema", mas não necessariamente já no Orçamento de 2019.
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O PS não faz política "para por slogans em outdoors", defende o deputado. Há que os apoiar os contribuintes, mas também proteger os produtores energéticos.
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Na defesa da proposta chumbada esta segunda-feira, o BE justificava que "a atividade da EDP Renováveis em Portugal, apenas 7% da produção elétrica da empresa, representa 20% dos seus lucros antes de juros e impostos" e que "não é aceitável que o setor renovável continue isento de qualquer contributo para reduzir a dívida tarifária e, com ela, os custos energéticos das famílias".