Miguel Relvas diz que Rui Rio tem que "perceber que o seu adversário não está dentro do PSD". Defende que o partido não quer ser muleta do Partido Socialista, mas sim assumir-se como alternativa.
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"Faltou-lhe uma visão cosmopolita." A avaliação - nada positiva sobre Rui Rio - é de Miguel Relvas. O ex-dirigente social-democrata considera que um "líder do PSD tem de agir como se fosse primeiro-ministro" e que, em vez disso, Rui Rio se tem comportado sempre como se fosse "o vice-primeiro-ministro simpático de António Costa." O resultado, diz Relvas, é uma falha do PSD enquanto partido "da oposição."
Convidado do programa da TSF, "Às onze no Café de S. Bento", Miguel Relvas acusa Rui Rio de ter feito "tudo ao contrário" e aconselha o atual líder a "perceber que o seu adversário não está dentro do PSD."
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A nove meses das legislativas e numa altura em que as sondagens dão 24% das intenções de voto ao PSD, Relvas defende que, a partir de agora, é preciso saber tirar ilações e ter capacidade de mobilização, de modo a que o partido se assuma como uma alternativa ao governo. Mas, para isso, "precisa de tranquilidade".
O antigo braço direito de Passos Coelho defende ainda que "é preciso ter a grandeza de saber ultrapassar as divergências" e aconselha Luís Montenegro a "dar espaço a Rui Rio."
Ao líder do PSD, Miguel Relvas deixa ainda outro recado: "tem que unir em vez de dividir" e saber "ir buscar os adversários internos".
Quanto a um futuro mais longínquo do PSD, Relvas diz que "vai ter que evoluir, ir para um espaço mais aberto e avançar para primárias. Esse é o debate que me custa que não esteja a ser feito", refere.
E Miguel Relvas? Está disponível para voltar? "Fechei o meu ciclo de política ativa, mas estou sempre disponível para ajudar. Ajudarei seja quem for o líder."