Declaração de Impacto Ambiental revela que a ligação do Rato ao Cais do Sodré poderá pôr em risco monumentos nacionais.
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O Aqueduto das Águas Livres e o Chafariz da Esperança são dois exemplos de património classificado que podem vir a sofrer danos devido às obras do metro.
Na Declaração de Impacto Ambiental (DIA), a que a TSF teve acesso, o projeto é "suscetível de provocar impacto" num troço do Aqueduto das Águas Livres e no Chafariz da Esperança, na freguesia da Estrela, "devido às vibrações inerentes à escavação ".
Nas mais de 80 medidas de minimização que o Metro vai ter de cumprir para avançar com o projeto fica claro que é preciso acautelar o colapso das estruturas.
"Nos casos em que nas zonas de influência das obras existirem estruturas subterrâneas antigas, entre as quais as relacionadas com transporte de água, as mesmas terão que ser salvaguardadas, podendo se necessário, efetuar-se o seu preenchimento com matérias autoportantes que evitem danos ou eventuais colapsos, sendo que as estruturas no final das obras terão que ser devidamente recuperadas. É exemplo desta situação o troço do aqueduto existente que liga ao Chafariz da Esperança."
Além do património classificado há várias questões ambientais que levantam dúvidas à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
No Jardim da Estrela, por exemplo, devem ser evitadas escavações e produção de poeiras para proteger as espécies classificadas.
Na DIA, o Metro fica obrigado a cumprir mais de 80 medidas de minimização e quase 30 medidas de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução.
Para a obra avançar o Metro tem ainda de apresentar vários planos de monitorização do solo, qualidade do ar, ruído, recursos hídricos, património e paisagem durante a obra e depois de concluído o projeto.
Na prática, apesar de o Metro ter dado a entender que já tinha luz verde da APA há um longo caminho a percorrer para ligar o Rato ao Cais do Sodré.