Missão da Unidade de Controlo Costeiro da GNR tem 10 militares, há 3 meses, numa pequena ilha perto da Turquia. Fluxo de migrantes é cada vez maior. Resgates de bebés, com poucos meses, são os casos que deixam mais marcas aos militares portugueses.
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Uma equipa da GNR que está na Grécia a ajudar a patrulhar o mar que separa a Europa da Turquia já detetou 2.600 migrantes ilegais. A missão começou em junho e acaba no final de agosto.
Não é a primeira vez que Portugal ajuda a patrulhar aquela zona numa missão da agência que gere as fronteiras externas dos países da União Europeia (Frontex). Contudo, os militares nacionais confirmam que nunca tiveram tanto trabalho.
O sargento ajudante Gil Cardoso conta que quando chegaram o fluxo diário de estrangeiros ilegais para a ilha de Lesbos rondava os 500 por dia. Hoje são perto de 2 mil, um cenário que se deve agravar pois a informação avançada aos militares da GNR é que do outro lado, na Turquia, não param de chegar mais pessoas que querem fazer a travessia para a Grécia.
Em quase 3 meses, os 10 militares da GNR na Grécia detetaram 2.600 migrantes, fizeram 13 salvamentos autónomos (sem a intervenção das autoridades gregas) e ajudaram a resgatar quinhentas pessoas.
O tenente Élio Rosado explica que a norma, contudo, é deixar que os barcos, lotados, cheguem a terra: é a melhor forma de evitar consequências graves para a segurança dos próprios imigrantes. Uma abordagem no meio do mar Egeu pode provocar mais naufrágios.
Das centenas de pessoas resgatas pela lancha rápida da GNR no mar Egeu, os militares com quem a TSF falou admitem que há situações de que não estavam à espera. Gil Cardoso recorda o salvamento de bebés ou crianças muito pequenas nos barcos e mesmo na água. São casos que sensibilizam e afetam os portugueses que ainda esta semana encontraram um bebé que tinha, no máximo, dois meses.
O militar da GNR conta que para além das crianças ao sol e no meio de barcos mais que lotados, os homens e mulheres são encontrados em situações péssimas, depois de viagens muito longas e em situações "degradantes".