Centenas de pessoas protestam este sábado "Pelo Direito à Habitação" em Lisboa e no Porto. Conheça os casos ouvidos pela TSF.
Corpo do artigo
Centenas de pessoas manifestam-se esta tarde em Lisboa contra a especulação imobiliária. O protesto "Pelo Direto à Habitação" foi convocado por 49 grupos e associações, que pretendem denunciar sobretudo os abusos praticados atualmente contra inquilinos vítimas de despejos.
Na maioria dos casos, trata-se de pessoas idosas carenciadas e sem capacidade financeira para encontrarem uma casa face aos preços praticados no atual mercado imobiliário na Área Metropolitana de Lisboa.
"Fui intimada com uma carta para dar a casa ao senhorio até ao dia 25 de junho. E eu não lhe dou a casa enquanto não tiver outra para morar com os meus pais", disse à TSF uma inquilina que se queixa de não ter para onde ir. "Pago 660 euros de renda e a CML diz que tenho possibilidade de pagar uma casa com melhores condições. Mas não há casas a esse preço em Lisboa".
TSF\audio\2018\09\noticias\22\joana_reis_manifestacao_habitacao_20h
Há outros casos em que os inquilinos denunciam pressões por parte dos senhorios. É o caso de Lurdes, que foi notificada no início do ano para sair da casa onde vive na Amadora.
"A minha mãe morreu em janeiro e recebi uma carta de despejo logo em fevereiro. Tenho 65 anos e não tenho como pagar", explica a inquilina Lurdes, que denuncia outros casos no concelho da Amadora. "Estão a ameaçar, expulsar e despejar os idosos. Estamos a ser humilhados pelos senhorios, estão-nos a fazer bullying", disse.
A manifestação começou no Largo do intendente e seguirá em desfile até à Ribeira das Naus, na baixa de Lisboa.
*com Joana Carvalho Reis