"Pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente." Marcelo apela ao voto
Numa mensagem institucional, o Presidente da República deixa um apelo aos portugueses para que não entreguem aos outros uma decisão que é sua e antevê os desafios que o próximo Governo vai enfrentar, lembrando também alguns dos compromissos de Portugal para com o mundo.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, proferiu este sábado a tradicional mensagem de apelo ao voto nas Legislativas que se realizam este domingo.
"Não votar é entregar a outros uma decisão que é nossa", lembra Marcelo Rebelo de Sousa, que lamenta a taxa de abstenção registada nas Europeias de maio e repete, por isso, e "com ainda maior empenho" o apelo para que os portugueses votem.
O chefe de Estado lembra que, desde maio, os "sinais económicos e políticos" estão mais claros, o "relacionamento imediato entre o Reino Unido e a União Europeia" está mais indefinido e que, nos próximos quatro anos, "os efeitos do ambiente internacional na nossa economia serão, certamente, importantes".
Recordando as duas semanas de campanha eleitoral a que o país assistiu, Marcelo Rebelo de Sousa relembra que, em alguns círculos eleitorais, os eleitores podem escolher entre 21 projetos.
Sobre a próxima Legislatura, o Presidente da República antevê desafios de peso: "Superar efeitos negativos da quebra da natalidade e do envelhecimento das populações, das alterações climáticas e de crises vindas de fora, apostar em mais crescimento, em mais emprego, no combate à pobreza e às desigualdades entre pessoas, mas também entre setores litorais e interiores do Continente, e entre áreas deste e as regiões autónomas; assegurar melhor educação e melhor saúde; garantir segurança social para um futuro mais longo, preparar para as mudanças na ciência e na tecnologia que moldarão o futuro."
E lembra ainda o calendário dos próximos quatro anos, que vai incluir "a Conferência Mundial sobre os Oceanos no nosso País - em 2020, a Presidência Portuguesa da União Europeia - em 2021, o revigorar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - com Cimeiras em 2020 e 2022, os debates essenciais nas Cimeiras Ibero-Americanas - também em 2020 e 2022, os mandatos de portugueses em organizações cruciais".
"Perante tudo isto, pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente", sublinha o Presidente da República. "Não votar é entregar a outros uma decisão que é nossa. E é perder autoridade para lamentar, para contestar, para recusar, o que, ao fim e ao cabo, seja resultado da apatia, do desinteresse ou do comodismo, dos que optem por não optar."
Leia aqui a mensagem do Presidente da República na íntegra:
"Antes das eleições para o Parlamento Europeu dirigi aos Portugueses um apelo para que não deixassem de votar, convicto de que o desinteresse perante a situação europeia era, e é, mau conselheiro. Infelizmente, a percentagem dos abstencionistas foi muito elevada.
Hoje, véspera das eleições para a Assembleia da República, repito o apelo de maio, com ainda maior empenho.
Os sinais económicos e políticos preocupantes - no mundo e na Europa - são hoje mais claros do que em maio.
O relacionamento imediato entre o Reino Unido e a União Europeia é hoje mais indefinido do que em maio.
Os efeitos do ambiente internacional na nossa economia serão, certamente, importantes no período de quatro anos, aberto pelas eleições de amanhã.
Os portugueses têm a possibilidade de dispor, de várias escolhas, que chegam a vinte e uma nalguns círculos eleitorais.
O longo período de debate pré-eleitoral e eleitoral permitiu que listas e candidatos se desdobrassem em iniciativas de apresentação ou de confronto de ideias.
Múltiplas entrevistas e debates proporcionaram oportunidades de observação e de ponderação dos eleitores.
Todos fizeram o que se encontrava ao seu alcance para conquistarem o voto para as suas causas.
A Assembleia a eleger vai coincidir com realidades tão relevantes quanto a Conferência Mundial sobre os Oceanos no nosso País - em 2020, a Presidência Portuguesa da União Europeia - em 2021, o revigorar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - com Cimeiras em 2020 e 2022, os debates essenciais nas Cimeiras Ibero-Americanas - também em 2020 e 2022, os mandatos de portugueses em organizações cruciais.
Da Assembleia a eleger sairá um Governo, que terá, tal como a própria Assembleia, desafios de peso pela frente: superar efeitos negativos da quebra da natalidade e do envelhecimento das populações, das alterações climáticas e de crises vindas de fora, apostar em mais crescimento, em mais emprego, no combate à pobreza e às desigualdades entre pessoas, mas também entre setores litorais e interiores do Continente, e entre áreas deste e as regiões autónomas; assegurar melhor educação e melhor saúde; garantir segurança social para um futuro mais longo, preparar para as mudanças na ciência e na tecnologia que moldarão o futuro.
Perante tudo isto, pedir aos portugueses que votem parece justo e mesmo urgente.
Repito, por isso, o que disse em maio, agora por maioria de razão.
Não votar é entregar a outros uma decisão que é nossa. E é perder autoridade para lamentar, para contestar, para recusar, o que, ao fim e ao cabo, seja resultado da apatia, do desinteresse ou do comodismo, dos que optem por não optar.
Neste dia 5 de outubro, que simboliza liberdade de pensar e de decidir e também democracia na escolha e na responsabilização de quem manda, o que vos peço é muito simples.
Por convicção, por confiança, por rejeição, por realismo, por exclusão de partes - seja qual for a razão do vosso voto, não deixem de votar amanhã.
São quatro anos da vossa vida, da nossa vida.
São quatro anos decisivos da vida de Portugal."