
Global Imagens/Leonel de Castro
O antigo presidente da câmara do Porto continua a refletir sobre uma candidatura a Belém e diz que o dinheiro que é preciso para fazer a campanha é um fator com peso no processo de decisão.
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Rui Rio faz contas e interroga-se sobre se terá capacidade para reunir a verba necessária para entrar na corrida à presidência da República.
Em entrevista à RTP Informação, o economista disse que esse é um parcela importante da reflexão que está a fazer sobre o assunto.
"Uma campanha eleitoral, por mais barata que seja, custa muito dinheiro. Tem de se ter sedes nos distritos e nos concelhos, tem de se ter pessoas a trabalhar. Consigo eu angariar fundos para fazer uma campanha dessas? Ou quer um candidato que não pondera esses custos e que no fim fica a dever dinheiro a toda a gente?", elaborou o antigo presidente da câmara do Porto.
Na entrevista, Rui Rio fez também duros reparos ao funcionamento da justiça em Portugal. Foi a propósito do caso de José Sócrates.
"Não consigo compreender como é que se faz uma detenção dessa envergadura e passados 30, 60, 90 dias não está uma acusação formulada. Isto é um abalo brutal para as instituições democráticas".
O antigo autarca prosseguiu com a crítica, dizendo que às vezes se interroga se não o estão a manipular.
"Se me fizer a pergunta: o engenheiro Sócrates é culpado? Eu acho que é. Mas dou comigo a pensar se é justo esse juízo. Ou se eu próprio não estou a ser manipulado por violações do sistema de justiça que levam o meu pensamento para aí, e que é isso que querem que pense".
Rio ainda acrescentou que num sistema democrático e num Estado de Direito não se pode aceitar "violações do segredo de justiça que conduzem a julgamentos populares".